Com a casa cheia, a reunião começou com 20 minutos de atrasado, com a presença da secretária da fazenda, Marcely Barroso; secretária de administração, Anne Macedo; secretário de cultura, Adriano Oliveira; secretário de esportes, Gilmar Padilha; secretaria de educação, Graça Guimarães e do secretário de saúde, Dezinho. Militares e populares também se fizeram presentes, sobretudo, moradores do bairro Alvorada que manifestaram através de cartazes que defendiam a venda do terreno.
Apesar da ansiedade dos presentes, a reunião iniciou com a votação do Projeto de Lei nº. 62/2013, que “cria o Programa PROFAZ 2013 –Programa de Facilitação de Pagamento de Débitos com o Município. Concede descontos de multa e juros nos créditos da Fazenda Pública Municipal, de natureza tributária e não tributária, vencidos até 31 de Dezembro de 2012, inscritos em dívida ativa judicializada ou não, e dá outras providências”. O projeto foi aprovado pelos vereadores.
Na sequência, foi apresentando com suas respectivas emendas, o Projeto de Lei nº. 63/2013, que “desafeta de bem de uso comum para bem de uso dominical o imóvel urbano de propriedade do Município, vulgarmente denominado CALDEIRÃO, autoriza sua alienação, e dá outras providências”. Antes de ser colocado em discussão, foi apresentado pelo secretário de Cultura, Adriano Oliveira, a maquete virtual do complexo esportivo, cujo recurso para a construção, caso seja aprovado, será proveniente da venda do estádio Caldeirão. “O projeto visa atender toda a comunidade da região de Guanhães. É um complexo esportivo completo e com qualidade”, comentou.
Adriano também explicou sobre o projeto e respondeu a alguns questionamentos de vereadores, informando, por exemplo, que os gastos com a obra será em torno de R$ 6milhões. Sobre outros questionamentos, o secretário da pasta informou que não lhe cabia responder, que estava ali apenas para apresentar a maquete.
Vereadores se posicionam sobre o assunto
Aberta a discussão, o vereador Alberto Magno foi o primeiro a fazer uso da palavra. “Tivemos pouco tempo para avaliar esse projeto, penso que eu e a comissão devemos apreciá-lo melhor. Ficamos sem entender a designação do local. Precisamos saber o que vai propor essa permuta”, argumentou pedindo vista do projeto.
O vereador Osmar achou pertinente estudar mais o projeto e opinou: “o que vem para melhorar é necessário analisar. O Caldeirão é importante e de grande utilidade para a comunidade. É um bem de um todo e não uma questão política”. Ele ainda complementou dizendo: “com responsabilidade e fiscalização devemos aprovar o projeto e não dá paz ao prefeito até que seja cumprido”.
Dando continuidade, a vereadora Luiza Amélia se posicionou logo no inicio afirmando: “não concordo com a venda do Caldeirão. Algumas emendas devem ser estudadas, querendo ou não, é um patrimônio da nossa cidade, eu cresci ali. Desfazer de uma história tem que ter muita certeza e estudar muito, e as comissões não estudaram a fundo”, explicou.
A vereadora Elisângela Sette também foi assertiva em sua fala. Segundo a representante do distrito de Correntinho, é necessário estudar mais o projeto, que para ela, vai ser muito bom para Guanhães. “É um empreendimento fantástico. Acredito que o Caldeirão não atende mais a população da cidade. Sou a favor de desfazer o que não é adequado para o município e adequar para a população. Tenho orgulho de votar nesse projeto, pois acredito muito nessa administração”.
Elisângela ainda declarou: “vejo que tem gente fotografando, filmando. Quero que coloque minha imagem, como a vereadora que contribuiu para um empreendimento tão bom em Guanhães”, concluiu.
A palavra então foi dada ao líder do executivo na Câmara, Nivaldo, que aposta no projeto. “A gente tem muito a conquistar, é de grande valia inovar, fazer coisas boas. A obra não vai deixar a desejar. Tem coisa a melhorar? Tem, mas vai ser feito. Sou favorável sim, Guanhães merece o melhor, e vai ser sim o melhor Complexo Esportivo”, enfatizou.
Em sua visão, o vereador Serginho, diz ser um projeto polêmico, que divide a sociedade. “Nós não podemos ser irresponsáveis em votar em um projeto sem analisar, tenho certeza que outras emendas virão. Sugiro fazer uma votação para ouvir a sociedade”, informou e também pediu vista ao projeto.
Já o vereador Lucimar ponderou: “não sou contra a venda do Caldeirão, na emenda fiz apenas o pedido que o município use o espaço até que dê início as obras”. Ele também apostou na venda, e alfinetou: “se apostaram no passado, perderam a aposta, vamos torcer para a nossa cidade. Vamos nos ajudar a fiscalizar, a cobrar, porque falar no facebook está fácil demais”.
Anídia de Paula foi outra vereadora que chegou com sua opinião formada. “Até então sou contra a venda do Caldeirão, mas não quer dizer que não posso mudar de ideia. Não tinha nada palpável, não estudamos o projeto. Espero estudar muito para fazermos o melhor para Guanhães”.
Com a explicação do conceito da palavra história, o vereador Evandro Lott, citou dois casos, um de uma área desapropriada há nãos atrás, que hoje funciona a ITAMBÉ, e sobre a desapropriação de um terreno do ex-prefeito João Miranda, onde poderia estar funcionando a escola agrotécnica, atualmente IFMG em São João Evangelista. E em seguida, declarou: “essa não é uma votação política, é uma votação do que é melhor para a cidade. Sou favorável ao progresso da cidade, mas com cautela”, disse e acrescentou que concorda que o projeto seja mais estudado.
Com vários questionamentos sobre o projeto e o local onde poderá ser construído, a vereadora Dorinha se mostrou contra a venda e disse: “é uma responsabilidade grande do executivo colocar esse projeto em nossas mãos. O projeto ficou menos ruim com as emendar. A administração quer sim acertar, mas não posso votar naquilo que não vejo clareza. Não tenho como mensurar o valor afetivo do Caldeirão. A função do legislativo e executivo é zelar pelo patrimônio”.
Demétrio assim como outros vereadores também é a favor do projeto e justificou: “o poliesportivo foi interditado, o campo não é adequado, os torcedores não cabem lá”.
Sucinto, o presidente da casa, Demerval, foi o último a se posicionar a favor da venda e deixou claro que a população não pode ficar refém de política e nem politicagem. “As pessoas tem que esquecer a política e pensar no amanhã. Guanhães é uma cidade polo que não tem campo de futebol. Onde vamos parar? Temos que votar e fiscalizar sim”, finalizou.
O presidente aceitou os pedidos de vista do projeto. Já no fim da reunião foi apresentado o Projeto de Lei nº. 64/2013k, que “aprova o Loteamento denominado Bairro Professor Heitor Nunes da Mata, de propriedade do município de Guanhães, autoriza sua Alienação, e dá outras providências”. Tal projeto não foi votado, já que o vereador Longuinho pediu vista.
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