A cada grupo de 15 detentos em Minas Gerais, ao menos um é exposto a algum tipo de doença grave na prisão, como tuberculose, pneumonia, complicações de hipertensão, dentre outras. A falta de tratamento adequado e a convivência com doentes na mesma cela estão entre as causas de uma alta mortalidade: seis pessoas, em média, ao mês.
Os dados constam de um relatório do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que inspecionou 1.598 unidades prisionais no país, entre janeiro e outubro do ano passado. Em todo o Estado, são 45 mil condenados.
Para a instituição, a causa da proliferação das enfermidades está na superlotação, na insalubridade das unidades e na assistência médica falha.
Em números absolutos, foram diagnosticados 3 mil detentos doentes em 141 unidades mantidas pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), totalizando 63 mortes nos meses analisados. O balanço pode ser pior, pois as estatísticas atuais não incluem os presos em cadeias administradas pela Polícia Civil, que não tem dados sobre mortalidade.
Sobrecarga
A garantia à saúde dos presos não é uma questão apenas de direitos humanos. Quanto mais detentos enfermos, maior o impacto à população da cidade onde está localizado o presídio. Isso porque o atendimento é feito na rede de saúde local, com prioridade sobre os demais pacientes.
Na última sexta-feira, os ministérios da Saúde e da Justiça instituíram a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade, que visa garantir aos detentos atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A nova política amplia o atendimento e o repasse de recursos da União aos estados e municípios. A adequação deve acontecer até 2016.
Com Hoje Em Dia
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