O burburinho começou após a participação do prefeito Osvaldo de Castro na reunião do dia 4 de outubro, quando a Secretária de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Waneska Lisboa, foi convidada para responder sobre as possibilidades de mais investimento e dedicação ao esporte do município. Em dado momento, o prefeito comentou que soube através de Flávio Almeida, que um vereador teria denunciado o município junto ao MEC por utilizar ônibus escolar para transportar atletas a campeonatos.
O coordenador de esportes foi enfático em dizer que esclareceria o que pudesse, porém sem dar nomes. “Não posso dar nomes se não tenho como provar. Seriam provas contra mim mesmo e calúnia”.
O grande questionamento é que na participação do prefeito, ele informou que através de Flávio, havia ficado sabendo que um vereador teria feito a denúncia. Mas do púlpito da sala das sessões, o coordenador disse que foram vereadores da oposição, o que para eles, muda o contexto. As palavras foram suficientes para exaltar os ânimos do presidente da mesa, Alberto Magno Dias (PP). “O prefeito disse que seria um vereador. Agora você vem e diz que é toda oposição. Estou achando que você veio aqui pra brincar”, disse.
Chateado com a conduta do vereador, Flávio pediu que fosse tratado com mais respeito. “Se o senhor me conhece, não deveria pensar isso de mim. Sou uma pessoa séria. Não posso admitir ser tratado como alguém que não sou”.
Apesar do desagradável e breve momento de exaltação, o assunto seguiu em pauta e Demerval de Pinho Tavares (PCdoB) justificou que havia feito requerimento da participação dele na reunião para que respondesse exatamente qual o nome do vereador autor da denúncia.
“Quando a gente constrói uma vida firmada na rocha, temos que falar a verdade mesmo. Estou aqui para esclarecer. Mas o que eu disse na época, e eu ainda nem era funcionário da prefeitura, era que vereadores teriam denunciado o fato do ônibus escolar estar transportando atletas. Como de fato o MEC chegou a vir em Guanhaes e flagrou o ônibus com pessoas não autorizadas. Hoje, citar os nomes que eu ouvi naquela época, seria uma grande incompetência e irresponsabilidade da minha parte já que não tenho provas”, declarou.
O vereador Evandro Lott Moreira (PSC) assumiu responsabilidade em dizer que o denunciante não estava na sala das sessões. “Eu não acredito que isso tenha partido de qualquer vereador que está aqui. Falo por todos, essa denúncia não saiu daqui”, enfatizou.
Para Lucimar Ferreira Pinto (PT), a conversa indica que o prefeito tenha colocado o coordenador de esportes em situação constrangedora. “O Osvaldo jamais perderia a oportunidade de apontar o dedo para o nome desse vereador, se ele realmente sabia. Ele te deixou em maus lençóis. Eu acredito em você”, disse para Flávio.
Flávio Almeida finalizou sua participação firmando mais uma vez que os nomes que citou ao prefeito foram os mesmos dos ditos populares, mas garantiu que irá buscar pelas provas. “Citar nomes aqui eu não vou e nem contar ditos populares. Não posso dar nomes sem a devida prova. Mas faço o compromisso de buscar e trazer algo palpável sobre o que realmente aconteceu na época”.
Reunião interna atrasa início da ordinária
A reunião ordinária iniciou com uma hora de atraso. Desta vez, o presidente da casa justificou que foi necessário, pois estavam em uma reunião interna juntamente com o Major Edgar, da 25ª Companhia Polícia Militar de Guanhães.
A conversa entre eles foi para discutir a possibilidade do uso de motocicletas em rondas policiais, visto que a cidade tem um número reduzido de viaturas, diante da demanda.
A informação após a reunião é que as motocicletas existem, mas faltam peças para consertá-las. E ainda que a PM precisaria de outros 20 policiais para completar o efetivo necessário.
Tudo na mesma
Mais asfalto, limpezas, construção de bueiro e poda de árvores. Se a limpeza de uma casa deve ser feita diariamente, em Guanhães, são necessárias pilhas de pedidos para faxina. E não foi diferente na reunião ordinária de ontem (21).
Das nove indicações, apenas duas fugiram do esperado. O vereador Osmar Gomes Fidelis indicou ao prefeito Osvaldo de Castro que seja implantado um sistema de segurança com câmeras de monitoramento na Rodoviária Municipal e nos principais pontos de táxi da cidade.
O vereador Alberto Magno Dias fez uma indicação visando novos movimentos culturais e oportunidades de lazer e prática de esportes. No documento, Alberto indica ao prefeito que seja acrescentado ao quadro de festas oficiais do município, a Corrida São Silvestre Mineira Mirim de Correntinho e a Corrida São Silvestre Mineira Adulta em Guanhães.
Em pauta
Durante a reunião, foi dada entrada o Projeto de Lei nº 32/2011 que a Rua A, situada no Bairro Esperança, passa a denominar-se Rua Paulo Mariano da Silva. O de Nº 33/2011, a Rua Principal do distrito de Taquaral passa a denominar-se Rua José Bernardino de Sousa.
A câmara ainda aprovou o Projeto de Lei Nº 30 de 26 de outubro de 2011, elaborado pelo legislativo sobre a criação de estágio nos setores da administração pública.
Além dos trâmites de apresentações dos documentos, os vereadores ainda comentaram e pediram por justiça no fato ocorrido com a funcionária da casa Rejane Aparecida de Miranda, que segundo primeiras informações, teria sido espancada por um policial militar durante um festa popular de Virginópollis.
E mais uma vez o tão esperado relatório de ruas asfaltadas e a serem pavimentadas no ano de 2011, prometida pelo Secretário de Obras, Tiago de Oliveira, na reunião ordinária do dia 19 de setembro. Vereadores e população ainda aguardam pela chegada do documento.
Vereador colocar na reunião informações sobre investigação contra político do PDT
O vereador Lucimar Ferreira Pinto (PT) não perdeu a oportunidade e leu em meio à reunião, uma reportagem do Jornal Hoje em Dia, onde o deputado estadual Luiz Carlos Miranda (PDT) é citado. Segundo a matéria lida, o Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou uma ação civil pública contra o deputado, o sindicato de trabalhadores que ele preside no Vale do Aço e empresas que atuam na região.
A denúncia, feita por trabalhadores do setor de siderurgia do Vale do Aço, envolve corrupção, extorsão de funcionários não sindicalizados, opressão e doações irregulares de campanha. O Hoje em Dia teve acesso ao processo, de autoria do procurador Adolfo Silva Jacob, que contém 542 documentos.
Mas, Lucimar aproveitou mesmo para fazer a leitura completa e evitou comentar e até mesmo dar detalhes sobre a fonte de onde o texto foi extraído. E disse apenas: “tem muito lobo com pele de cordeiro”.
Por Samira Cunha
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