O Dia Mundial dos Diabetes acontece anualmente no dia 14 de novembro. A data foi idealizada para que haja mais conscientização sobre a doença crônica, que atinge cerca de 6,9% da população, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Uma pesquisa feita pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) em 2021 aponta que são mais de 15 milhões de pessoas afetadas pela doença no Brasil, e que, no ranking mundial, o país está em quinto lugar em número de casos. Ainda, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) divulgou em 2023 que cerca de 50% da população não sabe que tem a doença.
Tipos de diabetes e os sintomas
Para compreender melhor a extensão dos casos, é importante frisar que existem três tipos principais de diabetes:
Diabetes tipo 1: doença autoimune onde o corpo não produz insulina, mais comum de ser diagnosticado em crianças e adolescentes;
Diabetes tipo 2: mais comum em adultos, quando o corpo se torna resistente à insulina ou não a utiliza de forma eficiente; e
Diabetes gestacional: acontece durante a gravidez e pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
Em grande parte, os sintomas para todos os tipos são os mesmos, mas de acordo com Thalita Modena, enfermeira especialista responsável pelo Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein, os sinais e sintomas podem ser bastante sutis e muitas vezes nem mesmo se manifestam de imediato.
Alguns sinais mais comuns são sede excessiva, urina frequente, cansaço extremo, perda de peso inexplicável e visão embaçada. Além disso, há o processo de polifagia, em que o corpo não é capaz de usar a glicose como fonte de energia para se manter, já que existe uma deficiência relativa ou absoluta de insulina, segundo Thalita. Isso leva o paciente a exagerar na comida.
Além disso, o formigamento e dormência de extremidades também é um sintoma reconhecível do diabetes, já que o excesso de glicose no sangue pode danificar pequenos vasos de extremidades, além de também afetar nervos. Ter uma cicatrização ruim e infecções frequentes também são sinais de excesso de glicose.
Fatores que levam ao diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2, correspondente a cerca de 90% dos casos e é muito influenciado por uma conjunção de fatores, de acordo com os especialistas. O excesso de peso e o sedentarismo são os mais prevalentes.
Além disso, o histórico familiar é muito prevalente, principalmente aos que têm parentes de primeiro grau com a doença e que apresentam maior predisposição. Outras condições que adicionam ao risco são: hipertensão e colesterol elevado, ambas integrantes da síndrome metabólica e a obesidade abdominal, que aumenta a resistência à insulina.
Outros fatores incluem:
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP), que pode desencadear alterações hormonais e resistência à insulina;
- Distúrbios do sono, como apneia; e
- Alimentação rica em açúcares e gorduras.
O que acontece se não for tratado?
Se não controlado, o diabetes pode causar sérios problemas de saúde a longo prazo, como doenças cardiovasculares (infartos e derrames), danos nos nervos (neuropatia), problemas renais, perda de visão (retinopatia) e má circulação sanguínea, que pode resultar em amputações.
A prevenção do diabetes tipo 2 envolve diversas mudanças no estilo de vida, que ajudam a reduzir o risco de desenvolver a doença e também são fundamentais para o controle caso a condição já tenha se instalado. Entre as principais estratégias estão a prática de atividade física, uma alimentação saudável, a redução do consumo de álcool e tabaco, o controle do estresse e a monitorização da saúde.
Ter uma alimentação saudável é imprescindível para se prevenir do diabetes tipo 2. “Uma alimentação saudável é fundamental para manter uma boa saúde e bem-estar ao longo da vida, promovendo o controle de peso e a prevenção de doenças”, disse Thalita.
O sono e o controle de estresse também são fundamentais para a prevenção. A falta de sono e o estresse crônico elevam os níveis de hormônios contrarreguladores, que aumentam a glicose no sangue, interferindo na ação da insulina. Por fim, é essencial manter um acompanhamento médico regular, especialmente para aqueles com fatores de risco, permitindo a identificação precoce da doença e intervenção oportunas.
Por Info Money/Edições Folha
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