O inverno é uma estação do ano que agrada a muita gente: um convite a pratos mais suculentos e quentes, acompanhados por um bom vinho, camas aconchegantes, recheadas de cobertas e edredons. No entanto, para quem sofre com problemas respiratórios e alérgicos, é a época de conviver com espirros, tosse, dor na garganta, coriza e muito desconforto.
A mudança de temperatura, que já bateu à porta na última sexta-feira, aliada ao tempo seco, típico desse período, exige mudanças na rotina para evitar crises muito agudas. “É um período difícil porque tudo conspira para o ressecamento da mucosa do nariz, olhos e brônquios. O resultado: tosse, irritação na garganta, coceira no nariz e espirros”, pontua o médico alergista Roberto Souza Lima, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – Regional Minas Gerais.
Segundo ele, os problemas alérgicos e respiratórios crescem consideravelmente no mundo. Há 20 anos, cita o especialista, esses sintomas atingiam de 15% a 20% da população mundial. Hoje, são 40% e a estimativa é a de que, em dez anos, atinja 50% das pessoas.
“Muitos apontam que o aumento da poluição é determinante para esse crescimento. Ele favorece, mas considero dois fatores fundamentais para esse fenômeno: o genético, porque pais alérgicos terão filhos alérgicos, e o estilo de vida”, ressalta Roberto Lima.
Neste último se destacam o acesso cada vez mais precoce a alimentos industrializados e o confinamento das crianças em ambientes fechados. “As crianças não vão mais brincar nas ruas. Ou ficam em casa ou nas escolas. Áreas fechadas, sem ventilação, são muito mais propícias à proliferação de vírus e bactérias”, cita.
Sem falar nos ácaros, que gostam de ambiente mais frio. Por isso, colocar o travesseiro, um cobertor ou um casaco no sol antes de usar pode fazer a diferença. Mas, se essas peças estiverem guardadas por muito tempo, o ideal é lavá-las antes.
Um grande companheiro de quem é alérgico nesse período, segundo Roberto Lima, é o soro fisiológico: um método mais simples e barato e muito eficiente. Deve ser aplicado nas narinas várias vezes ao dia. Indicado também para quem fica muito tempo em ambiente com ar-condicionado.
Além disso, beber muito líquido é importantíssimo.
“Temos a cultura de reduzir a ingestão de água no frio, o que não ajuda”, ressalta o médico. E em um período de aumento de casos de H1N1, Roberto Lima alerta para o risco da automedicação e orienta que todos tomem a vacina contra a gripe.
Por Hoje em Dia/edição Folha
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