Pesquisadores britânicos e americanos se juntaram para tentar encontrar sinais mais precoces de câncer e assim tratar a doença antes que ela venha à tona ou esteja em estágio avançado. Os estudiosos planejam criar um câncer para entender exatamente como ele se parece em seu "primeiro dia de vida".
Este é um dos estudos prioritários da nova Aliança Internacional para Detecção Precoce do Câncer, que inclui ao menos cinco universidadesA iniciativa já conta com quase US$ 300 milhões. O grupo mira o desenvolvimento de testes menos invasivos, como o de sangue e de urina, para monitorar pacientes de alto risco, o aprimoramento dos exames de imagem para detectar câncer mais cedo e a busca por sinais da doença que hoje são virtualmente indetectáveis.
Mas os cientistas admitem que estão procurando uma "agulha no palheiro" e isso pode durar mais de três décadas. "O problema fundamental aqui é que nunca vamos ver um câncer nascer em um ser humano", afirma David Crosby, chefe da pesquisa sobre detecção precoce no Cancer Research UK. "Quando é encontrado, já está estabelecido."
Pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, estão cultivando tecidos de mama em laboratório com células sintéticas do sistema imunológico para ver se conseguem identificar as mais sutis e precoces mudanças que podem levar ao câncer.
Há, de todo modo, um risco de "sobrediagnóstico", já que nem sempre essas células levarão a um câncer e podem levar a um tratamento desnecessário contra uma doença que nunca chegaria a incomodar a pessoa, mas a expõe a uma abordagem com diversos efeitos colaterais.
Além de serem extremamente precisos, os estudiosos também vão analisar os genes e o ambiente de pessoas que nasceram com câncer, a fim de identificar riscos do desenvolvimento da doença para cada indivíduo.
'Combate caro'
Até agora, os cientistas dizem que a pesquisa sobre detecção precoce ocorreu desconectada e em pequena escala, sem o poder dos testes em grandes populações de pessoas.
Dados estatísticos indicam que 98% das pacientes com câncer de mama vivem por cinco anos ou mais se a doença for diagnosticada no estágio 1, o inicial, em comparação com apenas 26% no estágio 4, o mais avançado. Mas, atualmente, apenas cerca de 44% das pacientes com câncer de mama são diagnosticadas no estágio 1.
No Reino Unido, existem programas de rastreamento para câncer de mama, intestino e cervical para pessoas de determinadas idades. Entretanto, não há rastreamento confiável para outros tipos de câncer, como os de pâncreas, fígado e próstata. Isso representa, portanto, taxas menores de sobrevivência desses pacientes.
Por G1
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