A identidade cultural brasileira está intimamente ligada à tradição indígena.
E a participação de representantes indígenas na construção das ações realizadas por cinco secretarias e outros dois órgãos estaduais tem transformado a realidade dos mais de 17.500 habitantes dos 12 povos, distribuídos em seis regiões do estado.
Para identificar as demandas de cada comunidade, foi elaborado um diagnóstico inédito, que contextualiza o quadro e, ainda, define a política pública estadual para os povos indígenas. De 2015 a 2018, a previsão é de que os investimentos destinados aos indígenas somem R$ 1,3 bilhão. A educação, por exemplo, é um dos pilares deste processo de valorização e integração.
Siwê Pataxó, 31 anos, aprendeu a ler na escola da Aldeia Indígena Pataxó, em Carmésia. Na época, o ensino era bem diferente.
Áudio
Siwê foi qualificado no primeiro projeto de um curso direcionado para os povos indígenas oferecido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Esta capacitação propõe um cronograma didático diferenciado, que já começa o ano letivo com experiências sobre o conceito de ensino indígena.
“Começamos com o mês de agradecimento às coisas naturais. Os indígenas homens vão para a mata buscar lenha para a fogueira. As meninas ficam aprendendo a fazer artesanato, vestimenta e a cozinhar. Depois, professores e alunos se sentam em volta da fogueira para contar histórias. A oralidade é muito importante para nosso povo. É um momento em que ensinamentos são passados de geração para geração”, contextualiza
Ações como a descrita pelo diretor são apoiadas pelo projeto de Educação Escolar Indígena, por meio da Secretaria de Estado da Educação (SEE). Minas Gerais conta, hoje, com 17 escolas indígenas e duas turmas vinculadas a escolas não indígenas, localizadas em 11 municípios.
Para ensinar os pequenos indígenas, o processo, atualmente, é adaptado às tradições destes povos. Com hábitos de vida tão ligados à valorização dos recursos naturais, as aulas vão além dos muros das escolas e são parcialmente ministradas ao ar livre.
As disciplinas convencionais - como Matemática, História, Ciências e Geografia - também são ensinadas, assim como o Português. que vem acompanhado da língua indígena. Tudo isso de forma bilíngue em todas as escolas.
Atendimento integrado em Saúde
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) também estende sua atuação especifica para os povos indígenas com a Política Estadual de Saúde Indígena. Para este objetivo foram realizadas visitas técnicas nas 16 aldeias atendidas em Minas Gerais, entre elas de Carmésia e Guanhães, para traçar um levantamento da situação da estrutura das unidades básicas de saúde indígena das aldeias, de seu perfil epidemiológico e de suas condições sanitárias. Soma-se a essa ação a permanente ampliação da discussão entre as lideranças indígenas e gestores de cada município.
Promover a inclusão dos indígenas no processo de elaboração de uma nova política de atenção à saúde desse grupo é, também, intenção inédita da SES-MG.
Aldeia Mirueira Guanhães
No dia 11 de julho de 2010 chegava a Serra da Candoga em Guanhães parte da tribo Pataxó da Aldeia Guarani. Nesta data, a Fazenda do Candonga, sede de morada dos ingleses que aqui vieram para extração do ouro, patrimônio da história guanhanense, passou a fazer parte da Aldeia Mirueira.
A fazenda está localizada a aproximadamente 7 km da cidade, onde vivem seis famílias de índios Pataxós, originariamente vindos do sul da Bahia, que vivem da agricultura, pecuária e produzem um rico artesanato.
Desde de 2014 acontece na aldeia a Festa Cultural Indígena Pataxó em comemoração à chegada dos Índios no local, como o objetivo fortalecer e divulgar a cultura indígena em meio aos brancos.
Por Folha com Agência Minas
Mapa: Divulgação/Agência Minas
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