Ferramentas utilizadas variam entre os profissionais
Os atendimentos por psicólogos podem ser feitos a distância em momentos como o isolamento social devido à pandemia de covid-19, por meio de ferramentas online. Pacientes que já estavam em tratamento e, mesmo quem quiser iniciar um acompanhamento psicológico, podem ser atendidos remotamente. As ferramentas a serem utilizadas variam entre os profissionais da área.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) inclui a realização de psicoterapia online desde 2018, com a exigência de que o profissional faça um cadastro na plataforma e-Psi, o que possibilita a fiscalização dos trabalhos.
“O cadastro permite que o conselho saiba quem são os psicólogos que estão oferecendo essa modalidade de atendimento, além de outras coisas que considera importantes. Eles precisam informar ao conselho que tipo de precaução e segurança vão tomar para prestar o serviço, para fazer esses atendimentos, considerando que independentemente de o serviço ser presencial ou remoto, o psicólogo está submetido ao mesmo regulamento ético”, disse a presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes.
Ela acrescentou que o profissional precisa garantir a questão do sigilo, da proteção e da confidencialidade das informações referentes ao atendimento, assim como deve ocorrer na sessão presencial. “Existem esses regramentos e o psicólogo, mesmo nessa situação de pandemia, nessa situação de crise, precisa observar a resolução que regulamenta o atendimento online e todo atendimento tem que ser pautado na ética e nas normas da profissão. Isso não muda em função da situação de pandemia".
Antes da pandemia, o atendimento remoto era feito por alguns profissionais como ferramenta auxiliar. “Hoje, em função dessa realidade, se mostrou uma ferramenta importante. No caso das pessoas que já vinham fazendo atendimento presencial, a gente sempre orienta que seja avaliada a possibilidade de continuar esse atendimento [de forma online ou presencial]. Sobretudo, porque, se já era feito o trabalho psicoterápico antes, muito provavelmente já havia questões anteriores que vinham sendo analisadas”, disse Ana.
Apesar do relato de algumas dificuldades, como falta de um espaço em casa em que a pessoa se sinta segura para realizar a sessão online, já que famílias podem estar isoladas no mesmo espaço, Ana afirmou que a orientação é que haja um esforço para que o atendimento continue.
“Principalmente entendendo que este é um momento que, por si só, produz naturalmente uma situação de muita ansiedade, muito estresse. Às vezes, as pessoas relatam que se sentem mais angustiadas, a gente sente muito medo, as notícias que chegam são cada vez mais angustiantes, então elas produzem uma sensação de insegurança muito grande, a gente sente a vida muito ameaçada. Então, precisam e pode ser que venham a precisar ainda muito mais desse suporte, desse acompanhamento, que é bem importante neste momento”, disse.
Ana avalia que é preciso compreender que o isolamento social refere-se à presença física, mas que as pessoas não precisam se isolar do contato virtual com as outras.
Deixe um comentário