Agora vamos falar de uma triste realidade que está bem próxima a nós!
Todos dos dias, Solange Souza Peixoto, 33, sai de casa, na comunidade de Faustinos, em Conceição do Mato Dentro, para buscar água em um poço conhecido como “Buracão”.
A caminhada começa em uma estrada de terra, que vai afunilando e vira uma trilha dentro da mata até chegar ao local, onde ela enche a garrafa com uma água amarelada, mas que ela garante ser melhor do que a que a comunidade recebe da prefeitura da cidade em caminhões-pipa que chegam a Faustinos toda terça e quinta-feira desde 2014, quando as nascentes que abasteciam a comunidade começaram a secar em decorrência da atividade da Anglo American na região.
São 30 mil litros de água por semana, que abastecem sete núcleos familiares, com cerca de cem pessoas no total. “Quando a gente tomava a água (que vem da prefeitura), tinha vômito e diarreia”, lembra Solange. Desde que passou a buscar água no Buracão, os sintomas desapareceram.
A prefeitura da cidade confirma que a água que envia à comunidade não é potável. Em nota, a administração municipal disse que os moradores são informados de que o líquido é para uso doméstico, sendo impróprio para consumo. “Desde o primeiro abastecimento, (a prefeitura) fez uma declaração informando que a água não é potável, sendo que todos os moradores assinaram e deram ciência do fato”, diz o texto.
Até 2016, a prefeitura enviava 10 mil litros de água por semana, que atendiam três núcleos familiares na comunidade. A partir do ano passado, mais famílias foram atingidas pelo problema, chegando a sete núcleos, e o volume de água entregue triplicou.
O tempo gasto por Solange e outros moradores de Faustinos para garantir um pouco de água potável é equivalente ao registrado nas regiões mais pobres do planeta.
Por O Tempo/Edição Folha
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