Em Guanhães, a ‘moda’ dos smartphones, ganha diariamente novos adeptos
O número de pessoas acima de 10 anos com telefone celular para uso pessoal mais que dobrou entre 2005 e 2013 em Minas Gerais. No período, passou de 5,7 milhões para 13,5 milhões – um salto de 35,8% para 75,5%.
O celular é o segundo meio de comunicação mais presente nos lares mineiros. Está em 89% deles. Só perde para a televisão. O crescimento já coloca o aparelho como o segundo meio de comunicação mais presente nas casas mineiras, atrás apenas do televisor e à frente do rádio e do computador. Em Guanhães, essa realidade não é diferente.
Tanta funcionalidade e a facilidade do celular, cada vez mais acessível economicamente, fizeram com que o estudante de 17 anos, Pedro Augusto Campos dos Santos, usasse mais o celular do que o próprio computador. “Uso o celular com freqüência. É bem mais prático do que o computador, porque você pode sair levando para todos os lugares e com ele você pode faz quase tudo que um computador faria”, conta.
Para o estudante, que usa o celular para jogar e conversar com os amigos, o computador está perdendo utilidade. “Hoje a utilidade do computador não é a mesma de tempos atrás e essa tendência vai continuar”, observa.
A estudante de pedagogia de 27 anos, Priscila Queiroga, é outra adepta dos smartphones. “Fico bastante tempo no celular, nem quando estou dormindo desligo ele”. E continua; “não sou de ter muitos celulares, tenho apenas um, mas tenho amigos que tem mais de um, seja por motivo de trabalho ou mesmo para aparecer”, diz.
Priscila tem como mania trocar de celular todo ano. “O celular é mesmo muito mais usado do que o rádio e o computador, pois é mais prático, além de que podemos levar para todos os lugares, acompanhar as notícias do mundo e conversar com amigos e familiares”, finaliza.
Conheça a nomofobia
O uso abusivo de tecnologia é um transtorno que chega de forma silenciosa. Sem perceber, as pessoas passam a priorizar a vida online e deixam de aproveitar a vida mesmo.
“E esse transtorno já tem um nome, é a nomofobia”, explica o psiquiatra Antônio Egídio Nardi - UFRJ. O nome nomofobia, vem do inglês no-mobile-fobia. É o medo ou o pânico de ficar longe do próprio celular.
O mesmo prazer de se alimentar, ganhar dinheiro ou fazer sexo
O vício digital é assunto sério. No manual americano de diagnósticos psiquiátricos, a dependência de internet já é vista oficialmente como transtorno mental e requer tratamento específico com terapia e remédios.
A Universidade Harvard, também nos Estados Unidos, publicou um estudo que diz que falar de si mesmo na internet gera o mesmo prazer de se alimentar, ganhar dinheiro ou fazer sexo.
China, Japão e Coreia do Sul já reconhecem o vício em tecnologias como um problema de saúde pública. No Brasil, o problema começa a ser reconhecido. No Rio de Janeiro fica o Instituto Delete, um dos primeiros no país a tratar de pessoas dependentes de internet.
Quem chega ao instituto primeiro passa por uma triagem com psicólogos, depois por uma avaliação com o psiquiatra. Em seguida, cada tipo de transtorno vai ser tratado de forma diferente. Uso compulsivo de redes sociais ou de aplicativos de troca de mensagem instantânea. Mas para todos os pacientes vale uma mesma regra básica. O mais importante não é o tempo que a pessoa passa conectada e sim como a vida online prejudica a vida real.
Por Folha com colaboração estagiário Diego Rafael/ Com Hoje em Dia e G1
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