Após um dia de tensão e de reuniões com representantes dos caminhoneiros, empresas transportadoras e líderes dos setores afetados pelos bloqueios das rodovias, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, anunciou a conclusão de um acordo, com propostas sendo aceitas pela maioria dos líderes das manifestações.
A desmobilização nas estradas começou ainda ontem. Mas Ivar Luiz Schmidt, do Comando Nacional dos Transportes, retirado da primeira mesa de negociações por ter sido considerado “liderança excedente”, avisou, depois de reunião em separado com Rossetto, que o movimento está dividido e os protestos continuam.
A lista de concessões do governo inclui a carência de 12 meses para o pagamento de financiamentos de caminhões, a sanção sem vetos da Lei dos Caminhoneiros aprovada pelo Congresso, incluindo a isenção de pagamento de pedágio por eixo suspenso (em caso de caminhão vazio), a manutenção do atual valor do diesel por seis meses e negociações para que empresários e caminhoneiros fixem tabela referencial para o preço dos fretes.
Segundo o ministro, as medidas “cobrem grande parte das expectativas” dos manifestantes, mas afirmou que as propostas só seriam mantidas à medida que as estradas fossem liberadas.
“Interessa aos caminhoneiros, à sociedade e ao país que haja suspensão do movimento”, ressaltou. O ministro assinalou, ainda, que a manutenção do valor dos combustíveis não é congelamento, mas uma informação da Petrobras.
Motores ainda fervem
O que o governo prometeu
» Carência de 12 meses para o pagamento de financiamentos de caminhões
» Sanção sem vetos da Lei dos Caminhoneiros aprovada pelo Congresso, incluindo a isenção de pagamento de pedágio por eixo suspenso (em caso de caminhão vazio)
» A manutenção do atual valor do diesel por seis meses
» Negociações para que empresários e caminhoneiros fixem tabela referencial para o preço dos fretes
O que mais eles querem
» Frete mínimo de R$ 0,70 por eixo por quilômetro rodado
» Criação de um grupo de estudo para analisar a situação do setor
» Redução de R$ 0,50 no preço do diesel enquanto o piso não for definido
O desabastecimento já é uma realidade, com grandes perdas na coleta e distribuição de leite, soja e demais grãos, no abate de animais, e no acesso de legumes, verduras e frutas aos grandes centros de distribuição do país, como no CeasaMinas por exemplo, levando ao esvaziamento instantâneo das prateleiras de sacolões e supermercados. Tudo isso sem falar na falta de gasolina em diversos postos e alta dos preços de todos esses produtos que, no caso da gasolina se encontra mais proeminente na região sul do Brasil.
Rodovias estão bloqueadas no Sul do país mesmo após acordo
Caminhoneiros do Sul do país mantêm bloqueio em rodovias estaduais e federais, na manhã desta quinta-feira (26), mesmo após o governo conseguir na Justiça a liberação de vias em 11 Estados.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio Grande do Sul, há 27 trechos interditados pelos manifestantes nas BRs-101, 116, 158, 285, 386, 392, 468, 470 e 272.
Em Santa Catarina, ainda há 11 pontos de bloqueios com interdição parcial das pistas. Os caminhoneiros ocupam trechos das BRs-116, 282, 470, 158 e 163. Já Em Mato Grosso do Sul, manifestantes bloqueiam o quilômetro 256 da BR-163, em Dourados.
Por Folha com Agências
Foto: Internet
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