"A chuva está prejudicando muito. Estamos praticamente sem condições de fazer a captação do leite devido às estradas. O escoamento é feito em 42 municípios, e em todos eles encontramos problemas. Só nessa região oito pontes foram levadas, fora os trechos em que o asfalto cedeu e barreiras caíram”, informou o coordenador de captação regional da Itambé, Antonio Cláudio Saldanha.
Segundo o coordenador, nos últimos três dias, mais de 20.000 litros deixaram de ser escoado. Disse ainda que já houve perda de matéria-prima. “No final de dezembro chegamos a descartar um caminhão de leite. E se nos próximos dias, o acesso às fazendas permanecer ruim, o leite vai acumular e o risco de perda é de 80%”, explicou. A Itambé captava cerca de 170 mil litros de leite diariamente e nos últimos dias, tem captado 145 mil litros.
Acesso a uma propriedade em Braúnas
Sem escoamento o prejuízo é certo para muitos produtores e também para a empresa. “A situação é critica. O produtor recebe por volume e qualidade, e se não tem isso obviamente é prejudicado no preço final. E todo leite que deixa de entrar não deixa de ser um prejuízo pra nós, a gente precisa desse volume, até porque independente do volume os funcionários recebem do mesmo jeito”, comentou.
Há problemas também quando a captação é feita: o atraso. “Todas as rotas que chegam à Itambé estão com atraso, isso quando consegue chegar, o que é uma vitória. Ontem mesmo, um caminhão saiu para captação e até a manhã de hoje não havia chegado”, disse Antônio Cláudio Saldanha e ressaltou ainda que com o atraso, corre o risco de o leite ser reprovado devido ao padrão de qualidade estipulado pela Cooperativa.
Para o coordenador de captação regional da Itambé, agora a solução paliativa é tentar escoar o leite de todas as formas possíveis, usando para isso de toda a estrutura da empresa.
Reflexo
As dificuldades na captação de leite não devem se refletir em aumento de preços, pelo menos por enquanto. O diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira, explica que o produto está em plena safra e que o preço caiu no último mês.
De acordo com ele, a recuperação dos preços deve acontecer somente a partir de meados de fevereiro ou início de março e não terá relação com as chuvas e, sim, com o volume da produção, que começará a ser menor com a chegada da entressafra.
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