Estudantes do Instituto Federal de São João Evangelista realizam manifestação pelo subsídio do transporte escolar
Os alunos do Instituto Federal de São João Evangelista (IFMG) realizaram na tarde desta sexta-feira (13), uma manifestação em frente a Prefeitura Municipal para reivindicar transporte escolar gratuito para o campus.
A mobilização teve início às 13:00h em frente ao Supermercado Sul América e percorreu as principais ruas e avenidas da cidade até chegar à Prefeitura por volta das 14:00h horas, onde os manifestantes gritaram palavras de ordem e fecharam o trânsito na Praça Néria Coelho Guimarães em frente ao Executivo Municipal.
De acordo com o aluno Pedro Celso Miranda, de 16 anos, morador do Centro e estudante de informática no IFMG, os manifestantes estão esperando uma resposta do prefeito em relação a questão do transporte escolar. “Enquanto o prefeito não falar com a gente, nos não vamos sair daqui, porque é um direito dos alunos terem o transporte”, E prossegue, “a nossa vida está complicada, porque cada pessoa está tendo que pagar 15 reais para ir de ônibus e quem não está pagando arrisca a vida indo para a rua pedir carona e não sabe como volta porque a carona é só uma vez, não são duas, e nós temos de ir, mas também temos que voltar. E a prefeitura fica dificultando a vida dos alunos, já não é fácil encontrar um estudo de qualidade e quando a gente encontra, não tem transporte para levar os alunos?”, conta.
Segundo a estudante de nutrição do IFMG Isadora Simam, de 18 anos, os estudantes e os pais estão com dificuldades para arcar com os custos de transporte. “Eles estão tendo muitas dificuldades, porque nem todos têm a condição de pagar 15 reais, está muito caro e não compensa. Sempre teve o transporte, agora eles estão querendo cobrar 110 reais da gente. O Ladinho tem sim que liberar o transporte, porque queremos uma educação melhor, pra gente estudar e ter um futuro melhor do que nós temos hoje em dia”, desabafa.
Isadora diz que está indo de carona e considera este tipo de transporte com um elevado grau de risco. “Estamos indo de carona e é super perigoso, porque você não sabe com quem vai pegar carona e você pode pegar carona com uma pessoa que não tem boas intenções”, finaliza.
Já a estudante de nutrição, Tamara Souza, de 16 anos, afirma que quando não há transporte, os alunos têm de acordar cedo. “Temos que acordar bem mais cedo do que o habitual para pegarmos carona, e correndo riscos de pegar carona com pessoas estranhas, e outros tem que desistir propriamente da escola, porque não tem condições de morar em São João Evangelista, e muito menos de pagar 15 reais todos os dias”, observa.
Izabela Pimenta Figueiredo, de 16 anos e estudante de nutrição, diz que muitos alunos estão desistindo de estudar devido aos transtornos e constrangimentos passados dia-a-dia. “ A situação está muito complicada, e há muitos alunos que estão pegando carona escondidos dos pais. E também há alunos que desistiram, mesmo sem querer, porque 15 reais todos os dias pesa e muito no orçamento familiar”.
Carolina Pimenta, de 18 anos, estudante de graduação em Sistema de Informação, conta que os estudantes estão à espera para uma conversa com o prefeito. “Estamos só a espera de o Ladinho vir e conversar com a gente, ele até agora não falou nada. Todo mundo que está aqui é porque não tem condições de pagar 15 reais por dia”, e continua, “Lá em casa eu e minha irmã estudamos em São João e se minha mãe tivesse condições de pagar 600 reais por mês, com certeza eu estaria numa escola particular, numa faculdade particular”, conta.
Carolina faz ainda um alerta aos responsáveis pelo transporte municipal. “Tem gente que entrou lá no IFMG este ano e não está acostumado com isso, pensou que o ônibus ia sair rápido e já desistiu por causa desse empecilho”. Quando questionada se os estudantes realizarão novos protestos, Carolina afirma ser complicado devido aos estudos e as provas que já se iniciaram, “É difícil dizer se realizaremos novos protestos, porque temos aula o dia inteiro e então não podemos ficar “matando aula” para vir em protesto. Tem muitas pessoas que estão aqui hoje, que faltaram as aulas para poderem vir. O Ladinho deveria se conscientizar e vir conversar com a gente, só queremos conversar, só saber qual é a real situação”, ressaltou.
Carolina continuou, “o que os nossos pais puderam fazer, eles fizeram, correram atrás da Associação de Estudantes Universitários de Guanhães e coletaram os nossos cadastros para mandar para a Prefeitura, para fazer uma lista. Só nos resta esperar o prefeito, não tem como mais ninguém fazer nada”, conclui.
Depois da concentração na prefeitura, os manifestantes circularam pela Rua Odilon Behrens até chegar a Câmara Municipal, onde foram recebidos pela presidente, a vereadora Luíza Amélia Barbosa Simões.
Os estudantes aplaudiram a presidente, logo após a mesma descer para ouvir os alunos. Luíza afirmou estar ciente da situação. “A Câmara está disposta a repassar o valor e devolver o valor integral a prefeitura para auxiliar o transporte. Vocês têm toda razão de manifestar e correr atrás e vocês tem de fazer até mais mesmo, tentar entrar em contato com prefeito porque o que depender da Câmara, ela estará disponível a contribuir” afirmou.
Os alunos continuaram a manifestação percorrendo a avenida Milton Campos, sentido Belo Horizonte, até a altura do Estádio Municipal Eliazito de Sena, o Caldeirão. No final da tarde os manifestantes voltaram a prefeitura, onde novamente gritaram palavras de ordem.
A manifestação terminou às 17:00h, quando três estudantes foram recebidos por um assessor do prefeito que marcou uma reunião para a próxima segunda-feira, 16, às 10:00h na prefeitura, entre os manifestantes, o prefeito e a presidente da câmara, vereadora Luíza Amélia.
Por Folha com estagiário Diego Rafael
Fotos: Diego Rafael e Júnia Adriele
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