Gratidão. Esse é o substantivo que define e encontra todas as manhãs em uma das janelas do histórico casarão onde vive, a iluminada Dona Mariinha, uma materlandense de fibra e de fé, que no dia 28 de março completou 105 anos de vida e invejável lucidez.
Nascida em 1907 na pequena e bucólica Materlândia, Dona Mariinha estudou no Colégio do Serro e começou cedo a sua trajetória nas salas de aula. Educadora renomada, difícil encontrar em Materlândia família que não tenha tido um aluno ou aluna ou que não tenha estudado na Raimundo Deco, escola que Dona Mariinha dirigiu por 33 anos consecutivos e que tem o nome de seu pai.
Mas não apenas o Deco foi Raimundo e figura importante na vida dessa jovial e centenária senhorinha. Um outro Raimundo, o Queiróz, também deu a ela motivos de sobra para agradecer ao Criador o encontro na vida. Do casamento com o farmacêutico, vieram 10 filhos, 37 netos, mais de 50 bisnetos e 03 tretanetos.
Católica fervorosa, Dona Mariinha, tem hábitos saudáveis e compromisso sério com sua agenda diária: pela manhã após fazer suas orações e tomar o seu café, coloca-se em uma das janelas do casarão para abençoar quem passa pela rua. “Todos os dias, dezenas de pessoas me tomam a benção e em nome de Deus, que em sua divina graça e amor nos abençoa, respondo com muita fé: Deus o abençoe, Deus a abençoe,” conta a filha de Raimundo Deco.
Na noite do dia 28, enquanto conversava com a reportagem da Folha, Dona Mariinha foi surpreendida pela simpática presença em calorosa homenagem de alunos, professora e vice-diretora do EJA da Escola Raimundo Deco.
Uma prece especial foi dirigida à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de quem a aniversariante é devota, em gratidão pelos 105 anos de vida bem vividos e deliciosamente comemorados.
Dos 08 filhos vivos lá estavam Marilac, Marisa, Nadir, Lilia, Mariazinha e Neuza - a confeiteira do bolo, os genros Nilo e Walter, além de netos, netas e bisnetos.
Perguntada sobre o segredo de tanta vitalidade, Dona Mariinha, ensina: “agradecer a Deus todos os dias, as coisas boas e também as ruins, dividir com a família e os amigos os bons momentos da vida e ser grata a Deus e a todos por tudo que são na minha vida.”
Sobre a alimentação e horário de ir para a cama, Dona Mariinha, declarou em tom confesso: “Tudo que põe na mesa eu como; quanto ao horário de dormir, enquanto tem um conversando, contando um caso, lá estou eu participando da conversa.”
Conversa, que há mais de século, ecoa por entre a história de Materlândia.
Confira mais fotos da comemoração do 105º aniversário de Dona Mariinha : http://folhadeguanhaes.com.br/folha/muraldefotos/entre-sculos-materlandense-completa-105-anos-cheia-de-fibra-e-f.html
Por Filó Generoso
Deixe um comentário