Na noite do dia 28 de junho, uma das meninas foi encontrada pela Polícia Militar e Conselho Tutelar, em estado de abandono e por isso, a mãe foi presa pelo crime de abandono de incapaz e ainda de ameaça.
O crime de ameaça aconteceu porque a mulher que estava com fortes sintomas de embriaguês, pegou um facão e ameaçou “picar” os vizinhos. Depois disso, fugiu com as outras duas filhas.
Após rastreamento, a mãe e as duas filhas foram encontradas e levadas para a delegacia. As crianças foram encontradas famintas e com falta de higienização básica. Apesar de negar ter abandonado as filhas, ela foi presa e as crianças, encaminhadas para o Abrigo Lar Sagrada Família.
O caso virou processo na justiça. A mãe só saiu da cadeia depois que o marido pagou a fiança no valor de R$ 500. E foi aí que a diferença começou a acontecer. Desesperada para ter a família reunida novamente, entrou em tratamento pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e participação do grupo de Alcoólicos Anônimos (AA).
Enquanto isso, as crianças foram acolhidas no abrigo e só puderam voltar para casa nesta quinta-feira (22), depois que a mãe conseguiu provar que ficou livre do vício e que apresenta condições de cuidar das filhas. Foram quase três meses de separação.
“Nosso trabalho no abrigo é tentar reinserir essas crianças de volta aos seus lares. Buscamos todas as alternativas possíveis para que os pais se reestruturem. Para isso, fazemos pesquisas com testemunhas, visitas e enviamos relatórios ao juiz que agora, diante de tudo o que foi mostrado, autorizou que as meninas voltassem para a casa. Isso nos deixa muito feliz”, comenta a coordenadora da instituição, Betânia Aparecida de Miranda.
E a felicidade está também na casa da família. “Sofri muito sem minhas filhas. E agora eu quero tudo diferente. Arrumei a casa e fiz lanche gostoso para quando elas chegarem. Não bebo desde quando fui presa e não está me fazendo falta, pois descobri que o que me faz bem é a minha família”, conta a mãe emocionada.
Para o marido que também já teve problemas de agressão com a mulher, a expectativa é de novos tempos. “Ela está outra. Comigo já está mais carinhosa e calma e cuida da nossa casa. A chegada das meninas foi muito esperada por nós e agora seremos uma família de verdade, com amor e dedicação”, comenta o pai com risos pela volta das filhas para casa.
“Hoje acaba essa história, graças a Deus”, finaliza a mãe a entrevista dada à Folha, com exclusividade.
Por Samira Cunha
Deixe um comentário