Ainda sem conseguir acreditar no que aconteceu, o colega conta como se livrou dessa emboscada. “Um jovem claro, cheio de piercing, cabelo pintado, vestindo bermuda e camiseta, me abordou perguntando se eu era taxista e quanto eu cobrava para levar ele e um amigo em uma fazenda próxima ao bairro João Miranda. Em seguida, entrou e sentou no banco de trás do carro e pediu para que eu pegasse seu colega na primeira esquina da avenida”.
O taxista aceitou fazer a corrida, mas assim que o segundo passageiro entrou no veiculo, começou a desconfiar de que algo estaria errado. “O colega dele era alto e moreno, estava com um boné tampando o rosto. Ele entrou e sentou do lado do amigo, sem dizer nada. Achei aquilo estranho, o jeito deles também. Por isso, próximo à delegacia pedi que eles descessem”, disse.
Segundo o homem, eles não disseram nada nem tiveram nenhuma reação, apenas desceram do carro, sem ao menos pagar pelo trajeto. Passado um tempo, ele voltou à rodoviária, e antes de fazer uma nova corrida, viu o jovem de cor clara na rodoviária.
Na manhã seguinte, o taxista soube da morte do colega. Assim como todos outros seguidores da profissão, ficou em choque com tamanha brutalidade. “Pra mim foi um baque. Eu apenas suspeitei do jeito deles, se eu soubesse que eles reagiriam dessa forma teria chamado a polícia, mas como não fizeram nada comigo, não tomei providências”, comentou o homem que trabalha há sete anos como taxista e, pela primeira vez abandonou um passageiro.
Apesar de lamentar e estar triste pela perda do taxista João, o colega de profissão diz que nasceu de novo. “Está todo mundo muito assustado e com medo. Ainda assim posso dizer que nasci de novo, poderia ter sido eu a vítima. Todo mundo que me encontra diz isso. Agora é seguir a vida e torcer para que os autores paguem pelo que fizeram”, finalizou.
Ao ouvir a reportagem durante o Jornal da Folha desta quarta-feira (23), um profissional da área informou que antes desse taxista aceitar fazer a corrida, outros taxistas, inclusive ele, rejeitou o serviço porque o jovem estava oferecendo uma quantia maior do que valeria a corrida; fato que levantou suspeita entre eles.
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