Os amantes de embutidos como bacon, linguiça, presunto e salsicha não precisam abolir de vez esses produtos do cardápio, apesar de a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), da Organização Mundial da Saúde (OMS), ter afirmado que o consumo de carne processada favorece o desenvolvimento de câncer colorretal.
Pelo menos é o que afirma o cirurgião oncologista Samuel Aguiar Jr., diretor do Núcleo de Câncer Colorretal do A. C. Camargo, em São Paulo. Para ele, há uma grande diferença entre consumir bacon e se expor a substâncias como amianto e tabaco.
“Quando você compara o valor do risco, ele não é como o do cigarro, por exemplo, em que a recomendação não é fumar menos, mas não fumar. A recomendação é de que você não inclua essas carnes na sua dieta regular, evitando o consumo excessivo”, explica. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que o consumo de 50 g de carne processada por dia aumenta o risco de câncer colorretal em 18%. “Embutido não deve fazer parte da dieta diária”, afirma o médico.
Esse tipo de alimento foi colocado no grupo 1 de risco da agência, que inclui produtos com tabaco, álcool, amianto e radiação solar. O grupo é determinado pelo fato de haver evidências científicas suficientes de que determinado agente causa câncer em humanos.
A própria Iarc ressalta que a classificação feita pela agência se baseia na evidência de que existe um risco, mas não trata do nível dessa probabilidade. “Com base no grande número de pessoas que consomem carne processada, o impacto global sobre a incidência de câncer é uma questão de saúde pública”, diz o texto.
O consumo de carne vermelha, por sua vez, foi classificado como “provavelmente carcinogênico”, com base em evidências de que comer esse tipo de carne causa câncer. Essa associação foi observada principalmente para câncer colorretal, mas também para os de pâncreas e próstata.
Por Otempo
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