Minas Gerais teve uma redução de 7,32% do número de casos de hanseníase de 2010 para 2011, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. De acordo com a coordenadora estadual de Dermatologia Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Ana Regina Coelho Andrade, a queda se deve às melhorias na área social, nesta última década, como o acesso às redes de água e esgoto, e também do diagnóstico precoce e tratamento.
Em 2010, houve 1.572 casos notificados, dos quais 51 foram em menores de 15 anos. “O acometimento de crianças pressupõe a presença de adultos doentes sem diagnóstico e prática terapêutica, convivendo e transmitindo a moléstia para crianças e adolescentes. A divulgação dos sinais, sintomas, tratamento e cura são importantes armas no combate à hanseníase”, esclarece Ana Regina.
Guanhães sem casos confirmados
A expectativa é que Guanhães encerre o ano sem surpresas, já que até a primeira quinzena do mês de novembro, nenhum caso de hanseníase foi confirmado na cidade. No ano passado, houve um diagnóstico confirmado e o paciente realizou tratamento de março/2010 a março/2011.
Mas a situação não é tão animadora, conforme explica a enfermeira responsável pelo serviço de tuberculose e hanseníase em Guanhães, Ana Maria de Castro Costa, que diz que o momento não é de comemorar, mas sim de criar um alerta maior. “Apesar do número de casos em Guanhães está zero neste ano, nos preocupamos com isso, pois percebemos que a doença está silenciosa. E os sintomas podem demorar até dez anos para aparecerem, então nos preocupamos se as pessoas estão atentas ou não”.
Em 2011, apenas uma pessoa procurou o sistema após ser encaminhado por um médico que suspeitou das manchas do paciente. Mas o caso foi descartado. “No ano passado, fizemos campanha e não encontramos ninguém com os sintomas. Nesse ano, a campanha foi uma capacitação para os profissionais. Em 2012, vamos fazer algo maior, pois está tudo muito silencioso e com pouca demanda. Faremos um trabalho buscando os casos antigos e os familiares”, diz a enfermeira.
Sintomas
Muito parecida com uma micose, as manchas que sinalizam a hanseníase podem não despertar preocupação no portador. A doença transmitida por uma bactéria é infecciosa, crônica, afeta a pele e os nervos periféricos, em especial o dos braços e pernas. Ela pode ocorrer em qualquer faixa etária, porém é mais comum nos adultos jovens.
A propagação da hanseníase acontece através da eliminação dos bacilos pela respiração, espirros e perdigotos, por meio dos pacientes que não estejam em tratamento. Como não há vacina, o tratamento adequado, em conjunto com a prática da higienização e da boa alimentação, são as melhores formas de impedir a transmissão da doença.
Qualquer área na pele com alteração de sensibilidade ou manchas, nódulos (caroços), inchaços, dor no trajeto dos nervos periféricos das pernas e braços pode ser um alerta para a possibilidade de hanseníase e por isso, o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde para confirmar o diagnóstico.
Por Samira Cunha
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