Esta foi a mais longa paralisação feita pela categoria no Estado de Minas Gerais: 109 dias. O movimento foi encerrado na noite desta terça-feira (27), depois que os educadores aceitaram a proposta do governo estadual, de negociar o pagamento do piso salarial nacional da categoria, de R$ 1.187, de forma escalonada, até 2015, proporcional ao plano de carreira dos professores.
O governo também se comprometeu a retirar de tramitação o projeto de lei enviado à Assembleia, que altera a remuneração dos educadores, incorporando benefícios ao salário base da categoria.
Durante os dias de greve, foram várias reuniões, assembleias e tentativas de negociação. A última ação do grupo de professores foi invadir o plenário na segunda-feira (26). Eles só saíram ontem, depois da notícia do acordo com o governo. A greve de fome de dois professores, que durou oito dias, também foi encerrada.
A decisão partiu de uma negociação que durou mais de oito horas entre o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) e o Governo de Minas. Após o término desta negociação, o comando de greve se reuniu e após mais duas horas e meia de debates sinalizou pela suspensão da greve, sendo confirmada no fim da noite em votação da categoria.
Porém, segundo o Sind-Ute, se não houver o cumprimento dessa promessa do governo, a categoria pode voltar a cruzar os braços. Tudo será mais uma vez discutido e analisado pelos educadores, na próxima assembleia agendada para o dia 8 de outubro.
A punição dos professores designados também foi objeto de negociação. Porém, as negociações sobre o assunto ficaram para 24 horas após o fim da greve. Uma comissão irá representar a classe para tratar da suspensão da exoneração dos profissionais contratados que participaram das paralisações.
Guanhães
Até o fim da greve, das 3.779 escolas estaduais apenas sete estavam totalmente paralisadas. Com a suspensão da greve, o acordo prevê que todos os professores voltem às salas de aula já nesta quinta-feira, dia 29. Em Guanhães, a data é feriado municipal e por isso, os educadores devem retornar somente na sexta-feira (30).
Das nove instituições do Estado em Guanhães, sendo três em distritos, apenas duas tiveram professores paralisados até o fim do movimento. Na Senador Francisco Nunes Coelho, segundo a diretora Márcia Godinho, dois professores permaneceram na greve e um foi contratado para substituição com contrato até o dia 31 de dezembro. “Esse professor vai permanecer com a gente e vai ser muito útil, pois vai contribuir nas intervenções dos alunos, que são aqueles com baixo rendimento”, comenta a diretora.
Na Odilon Behrens, foi sete o número de professores paralisados até o fim da greve. Os cinco contratados para substituição dos grevistas também assinaram contrato validado até 31 de dezembro e serão aproveitados na reposição de cargas horárias. “Nós tivemos casos de professores licenciados ou em férias prêmio e não tivemos substitutos. Agora, com esses, poderemos repor com os designados de acordo com os conteúdos em que estão habilitados ou autorizados”, contou a diretora Vanete Aparecida de Souza Domingos, informando ainda que um cronograma de reposição está sendo formulado.
Por Samira Cunha
Deixe um comentário