O presidente da comissão que analisa a reforma da Previdência, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou nessa terça-feira (2) que a votação da proposta será nesta quarta-feira (3) e disse ter certeza de que o governo conseguirá aprovar o texto no colegiado.
Marun não descartou a possibilidade de o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), ainda fazer ajustes no texto apresentado em abril.Porém, ele enfrenta um embate que poderá tornar ainda mais lenta a tramitação da matéria no Congresso.
Os 21 deputados da base aliada que fazem parte da comissão especial reclamam que não querem carregar nas costas, sozinhos, o ônus político de ajudarem a aprovar uma reforma impopular sem uma retaguarda. Exigem uma mudança de postura dos líderes das bancadas da base na Câmara e no Senado e querem que façam pronunciamentos defendendo a reforma previdenciária.
Os deputados da base se dizem inseguros por três razões: a pesquisa do Datafolha, que diz que 71% da população não aprova a reforma da Previdência; a rebeldia do senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado e filiado ao mesmo partido do presidente da República; e a crescente pressão dos servidores públicos. Alguns desses parlamentares hesitam em votar a proposta nesta quarta e sugerem mais tempo, mas não têm a concordância do governo.
O grupo que dará o pontapé inicial para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) comece a ser votada no Congresso tem 36 membros. Além dos 21 da base, o governo conta com mais dois votos favoráveis: dos deputados Arthur Maia e Carlos Marun, respectivamente, relator e presidente da comissão.
A situação é preocupante para o Palácio do Planalto. Permanece a avaliação de que, se fosse hoje, o governo não teria os 308 votos necessários para aprovar a proposta de reforma da Previdência no plenário. Por isso, quer ter o maior número de votantes a favor da PEC, como uma demonstração de força. Mantido o cronograma, a sessão desta quarta-feira (3) será um grande teste para o presidente Michel Temer. Até o fim deste mês, o texto será apreciado em plenário.
Por O Tempo
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