Depois de cerca de 15 longas e cansativas horas, a sessão pública instaurada na Câmara Municipal de Guanhães, nessa quinta-feira (19), terminou com a não cassação do atual prefeito.
A realização do julgamento do Impeachment do prefeito Geraldo José Pereira, foi solicitada pela Comissão Processante do legislativo guanhanense, por conta de dois atos de infração política, denunciados pelo cidadão Jackson Breno Silva Oliveira: atraso de dois repasses à Câmara e não resposta a uma série de ofícios ao legislativo.
A comunidade marcou presença na casa, que em alguns momentos permaneceu cheia e em outros, vazia, devido à extensão do processo, que precisou ser lido na íntegra.
Durante a sessão
A sessão teve início por volta das 16h30, e após as chamadas, os vereadores Dermeval de Pinho e Antônio Sérgio (Serginho) iniciaram a leitura dos autos do processo, que durou mais de 12 horas.
Por volta das 22h, o advogado e procurador do Prefeito, Dr. Pedro Zacarias de Magalhães, fez o uso da palavra, solicitando autorização para que as peças fossem distinguidas e lidas separadamente, adiantando desta forma o andamento da sessão.
Porém, após a vereadora e presidente da Comissão Processante, Dóris Campos Coelho, pedir parecer jurídico quanto à possibilidade de nulidade no processo, caso os autos não fossem lidos na íntegra, o advogado retirou o pedido, e a leitura prosseguiu.
Só por volta das 4h30 da manhã, que a palavra foi passada aos vereadores, que tiveram 15 minutos para se manifestarem. Em seguida, o Procurador do Prefeito, Pedro Zacarias, teve direito a duas horas para apresentar sua defesa.
Votações
Eram exatamente 5h 45min, quando o vereador Lucimar se ausentou da sessão sem justificativa e sem a permissão do Presidente da Câmara, vereador Alberto Magno. Ele não participou das votações.
Às 6h30, Dr. Pedro finalizou a defesa, quando foi iniciado o julgamento, que funcionou da seguinte forma: se 2/3 dos votos fossem pela procedência das duas infrações denunciadas, o mandato do Prefeito Ladinho seria cassado; ou seja, nove vereadores precisariam votar a favor das infrações para que houvesse impeachment, o que não aconteceu.
A votação iniciou pelo Presidente da Câmara, vereador Alberto Magno, que votou contra as infrações, mesmo voto de Antônio Sérgio, 2º vereador a votar. Na sequência, o vereador Demétrio Ayala votou a favor das duas, e Dermeval de Pinho Tavares votou contra.
A Presidente da Comissão Processante, vereadora Dóris Campos, foi a 5ª a votar, com o voto pela procedência das denúncias; já a relatora do processo, Elizângela Padilha, votou contra.
Em seguida, o vereador Evandro Lott optou pelo voto contra as infrações políticas, mesmo voto do vereador José Longuinho. Já as vereadoras Luíza Amélia e Maria Anídia de Paulo votaram a favor.
Nivaldo dos Santos e Osmar Gomes foram os últimos vereadores a votar, com votos contrários às infrações, finalizando o julgamento com 8 votos contra e apenas 4 a favor, o que não resultou na cassação do mandato do prefeito Ladinho.
Diante da decisão do plenário, o processo será arquivado, e seu resultado, comunicado à Justiça Eleitoral.
Por Folha
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