A decisão dos senadores que pode afastar a presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo por até 180 dias, caso seja aceita a abertura do processo de impeachment, foi antecipada em uma semana.
O novo calendário que leva a votação ao plenário para 11 de maio, em vez de 17 – como chegou a ser previsto inicialmente pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) – foi o primeiro gesto do relator do caso na comissão especial.
O senador Antonio Anastasia (PSDB) foi eleito nessa terça-feira (26) para a função em meio a reações de governistas, que alegaram faltar a ele a isenção necessária ao cargo. Para a presidência foi escolhido o senador Raimundo Lira (PMDB-PB).
Escolhido com por 16 votos a 5, Anastasia apresentou as datas que foram aprovadas em seguida pelos colegas da comissão, determinando a apresentação do relatório no dia 4 e a votação pelo colegiado no dia 6.
Depois disso, em 48 horas, sem contar o fim de semana, o relatório vai para a ordem do dia do Senado, onde precisa da aprovação por maioria simples.
Ainda pelo cronograma, a acusação, formada pelos advogados Miguel Reale Junior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, será ouvida nesta quinta-feira. A defesa da presidente, que deve ser feita pelo advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, terá a palavra na sexta-feira.
Logo depois de eleito, Anastasia rebateu as críticas e prometeu serenidade. “Eles vão perceber, no curso do trabalho, essa minha serenidade, o senso de responsabilidade que tenho em todas as funções decorrentes do meu mandato de senador, inclusive de relator desse processo”, afirmou. O tucano disse ainda que seu relatório não precisa obrigatoriamente ser aceito pela comissão.
O relator disse que a análise deve ficar restrita aos pontos definidos pela Câmara, ou seja, as pedaladas fiscais e os créditos suplementares assinados pela presidente sem a autorização do Congresso. Um pedido da senadora Simone Tebet (PMDB-MS) para incluir novos fatos, porém, será avaliado pelo grupo.
Andamento do processo na comissão especial do Senado
28 de abril
Acusação contra a presidente Dilma fala à comissão especial sobre o pedido de impeachment
29 de abril
A defesa da presidente tem espaço para falar aos senadores
4 de maio
O senador Antonio Anastasia (PSDB) apresenta relatório dizendo se o pedido de impeachment deve ou não ser admitido
6 de maio
Comissão vota o relatório do senador Anastasia
11 de maio
O processo chega ao plenário para votação da admissibilidade do pedido de impeachment. Para aprovar a continuidade do pedido, é necessário que a maioria simples do Senado aprove, estando presentes pelo menos 41 senadores
Por Estado de Minas/Edição Folha
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