Desde o dia 12 de dezembro do ano passado, a agência da Caixa em Guanhães não recebe mais a entrada dos documentos. Segundo Ferraz, a agência atende a aproximadamente 230 mil habitantes contabilizando todas as cidades atendidas na região e que precisou optar pela paralisação do serviço devido a falta de funcionários que atendam conforme as mudanças ocorridas no Ministério do Trabalho.
“A Caixa tem a responsabilidade de pagar o Seguro Desemprego, nos diversos pontos de atendimento. Mas a recepção do seguro desemprego é responsabilidade do Ministério do Trabalho. E nós atendíamos por uma questão de prestação de serviço, por ser a Caixa do governo”, disse o gerente geral.
A recepção do Seguro Desemprego na agência Guanhães fazia parte de um convênio. Ferraz explica que o Ministério do Trabalho disponibilizava um software onde eram registradas as informações do trabalhador desempregado e no final do expediente, os dados eram transmitidos ao Ministério. A partir do ano passado, esse procedimento foi alterado e agora a recepção é feita num sistema on line. “Hoje eu não consigo mais atender uma pessoa, pegar documentação, fazer processamento e transferir fora do horário do expediente. Pra atender on line, ela tem que estar na minha frente e as informações são enviadas na mesma hora. E é um procedimento demorado, não teria funcionário suficiente”.
O novo sistema do Ministério do Trabalho apresenta no momento da entrada dos documentos, todas as vagas de emprego disponíveis no sistema e direciona o trabalhador desempregado para uma vaga que corresponda à sua especialização e remuneração recebida no emprego anterior. Caso não haja vagas, a pessoa poderá então receber o benefício.
Ferraz ainda deixou claro aos vereadores que outro problema na prestação do serviço era que moradores de cidades que não pertencem à região estava vindo até Guanhães para dar entrada no Seguro Desemprego, o que tumultuaria ainda mais no novo sistema de atendimento. “Estávamos recebendo pessoas de cidades como Belo Oriente, Açucena, Água Boa, José Raydan, e não podemos negar atendimento a quem já está na agência e priorizar os moradores da nossa região. Havia duas empresas de transporte, uma de Água Boa e outra de Santa Maria do Suaçuí que traziam o ônibus cheio de gente pra dar entrada nesse serviço aqui. E isso não deixa nada para a agência”, conta.
Os vereadores demonstraram suas insatisfações e Dermeval de Pinho Tavares, calculou as perdas para a cidade. “Não deixa nada para a Caixa, mas o que Guanhães ganha com isso, com todas essas pessoas aqui, é muito grande. A cidade perdeu muito com isso, porque se eles vinham dar entrada no seguro aqui, eles almoçavam, iam às lanchonetes, compravam em nossas lojas. E isso acaba gerando pra agência também, porque se gira mais dinheiro, as pessoas investem mais”.
Mas nem mesmo as vantagens para o município e a comodidade para a população mudou a decisão da Gerência. “O problema é não ter pessoal suficiente para atender, não tenho capital humano. Foi uma decisão difícil pra mim também quando eu tive que optar por qual serviço deixar de atender”, finalizou Ferraz.
Por Samira Cunha
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