O detento, Jailson Alves Oliveira, de 42 anos, que é uma importante testemunha no Caso Bruno foi preso depois de ser parado numa blitz da Polícia Rodoviária de São João Evangelista, na noite de terça-feira, 17.
A moto usada na fuga, uma Yamaha Fazer, placa HIY 7619, emplacada em Contagem/MG, não tinha documentos e por duas vezes Jaílson deu nomes falsos aos policiais até confessar sua identidade e que era foragido do Centro de Remanejamento de Presos São Cristóvão (Ceresp).
O detento foi preso às 20h30 e segundo a diretora da Cadeia Pública de Guanhães, delegada Meire Cardadeiro, não há previsão de transferência.
Jailson deu uma entrevista exclusiva à reportagem da Folha de Guanhães. Ele contou que estava prestando serviço no DHPP – Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, quando disse que iria buscar uma ferramenta e fugiu. Orientado por um colega de cela que garantiu a ele guarida, Jailson explicou os motivos da fuga. (Foto: Fausto de Castro/ Folha de Guanhães)
Jailson contou que a tatuagem no braço é um passe do Comando Vermelho e o número 223 é a senha de acesso ao morro do Pavãozinho
“Sai do DHPP dizendo que ia buscar uma ferramenta e fugi porque estou sendo ameaçado de morte. Comprei uma moto por R$ 7.500,00 e vim embora pra cá. Meu colega me disse que eu poderia ficar na casa de uns parentes até a poeira baixar. Aí me pegaram na blitz”, contou, sem esclarecer a origem do dinheiro.
Depois de algum tempo, segundo Jailson, ele fugiria para a Paraíba, estado onde nasceu.
Jaílson era colega de cela do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, na penitenciária Nelson Hungria, e denunciou o suposto plano para assassinar a juíza, o delegado e os advogados ligados ao caso, além de um deputado estadual. “Quando o cachorro do Bola morreu, ele estava vendo a foto dele na cela,chorando e dizendo que ia matar a juíza Marixa porque ela não tinha transferido o caso para Ribeirão das Neves, o delegado Edson Moreira por ter esburacado sua casa toda e o advogado Quaresma, por ter gastado o dinheiro todo do Bruno sem resolver nada”, declarou.
O foragido não citou os motivos que Bola teria para também ameaçar de morte o advogado José Arteiro e o Deputado Durval Ângelo, nem mesmo falou sobre a morte de Eliza Samudio. No entanto, informou que é condenado a 36 anos e 07 sete meses de prisão por assalto à mão armada em João Monlevade, que já cumpriu 18 anos da pena e que esta é a quarta vez que ele foge da cadeia.
Jailson estava perto de receber o benefício do regime semi-aberto depois de ter cumprido 1/3 da pena. Segundo seu advogado, Ângelo Carbone, ele teria emprego definido, além de residência fixa, e não teria razões para ter escapado da prisão. Carbone disse que vai enviar o caso ao Ministério Público Estadual (MPE) para que a fuga seja apurada.
A moto usada na fuga foi apreendida e a testemunha continua presa na cadeia de Guanhães.
Por Filó Generoso e Nara Generoso
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