O caso de um estupro contra uma menina de dez anos de idade na zona rural cidade de Sabinópolis deixou a população assustada. O fato aconteceu e foi comprovado após exame médico. Mas o autor, não é o apontado pela vítima durante a denúncia. As suspeitas surgiram logo no início das investigações e impediu que um inocente pagasse pelo crime.
Segundo o investigador da Polícia Civil de Sabinópolis, David Gouvea Torres, os civis foram ao local do crime no mesmo dia da denúncia, na terça-feira, dia 13 de março, e iniciaram as investigações. Eles se dividiram e enquanto um policial foi à casa da vítima para recolher as roupas que usava no momento do estupro, outros conversavam com testemunhas e foi aí que começaram a surgir as informações que contradiziam o depoimento da criança. “Os horários não batiam. Todo mundo dizia que no horário que a menina contou ter acontecido o estupro, o rapaz estava entregando leite e passando com carro de boi na estrada”, conta David Gouvea.
Os investigadores retornaram então para a delegacia levando a vítima, a mãe, as roupas da menina e também uma testemunha. Lá voltaram a conversa com a vítima que continuou afirmando que era o rapaz o autor, mas entrou em contradição. “O laudo do médico comprovou que o estupro aconteceu antes do horário que ela falava. Então ela mudou os horários na nova conversa”, conta o investigador.
Durante o depoimento do suspeito, que se demonstrou tranquilidade, ele relatou exatamente o que disseram as testemunhas, sobre onde estava em cada horário. “Nós voltamos a conversar com a mãe da vítima para que ela convencesse a filha de dizer a verdade, para não acusar uma pessoa inocente. Pois poderia ser feito o teste de DNA e provar que não era ele, e aí o advogado poderia até propor uma ação contra ela”, diz David Gouvea.
Dois dias depois, os policiais retornaram à localidade e confirmaram as suspeitas de que a menina havia mentido. Ela contou para a irmã mais velha quem era o verdadeiro autor do estupro.
Na delegacia, o verdadeiro autor prestou depoimento e confessou o crime. O flagrante na primeira prisão foi orientado pela delegada Meire Cardadeiro, mas o caso segue agora sob as investigações do delegado Eduardo Almeida.
Diferente do primeiro acusado, o segundo não recebeu voz de prisão em flagrante, pois já havia passada as primeiras 48 horas. “Não pudemos ir até o segundo suspeito no mesmo dia ou no seguinte, porque na quarta-feira fizemos uma operação e na quinta foi dia de visita na cadeia. Portanto perdemos o prazo do flagrante, o caso será investigado e então o verdadeiro culpado será julgado”, esclarece o investigador que informou ainda que os dois rapazes são primos da vítima.
Além do acompanhamento psicológico à criança pelo abuso sofrido, foi solicitado ao Conselho Tutelar que a criança passe também por exames psicológicos, visto que, segundo a Polícia Civil, o comportamento da menina e as informações desconexas indicam que ela possa ter algum déficit na saúde mental. O objetivo é saber se a menina possui algum trauma ou distúrbio psicológico. Ainda não foi explicado porque ela teria inventado outro autor para o crime.
Por Samira Cunha
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