A cidade de Peçanha vive nesta quarta-feira (14), um julgamento histórico. Pontualmente às 09h, começou no Fórum da cidade, o julgamento dos suspeitos de terem matado em 9 de dezembro de 2010, o fazendeiro Isnard Carvalhaes aos 77 anos de idade. Os três homens apontados como autores do homicídio estão sendo levados a júri popular e não há previsão do horário que a audiência deve terminar.
No plenário, o clima é de emoção entre os familiares e amigos da vítima e dos reus; e ainda populares que acompanham o julgamento. Do lado de fora, muitas pessoas aguardam, já que o plenário ficou cheio e não comportou a todos que gostariam de estar lá para ver de perto um dos momentos mais esperados pela população de Peçanha. Faixas e um mural de fotos foram colocados do lado de fora do Fórum como manifestação de pesar e de pedido de justiça.

Dos três suspeitos, um ainda está foragido, sendo ele Marcelo Júnior de Almeida (29), mais conhecido como Juninho e que é também suspeito de ter matado em 19 de novembro do ano passado o taxista João Batista Dias, juntamente com outros três comparsas, num crime de latrocínio
Os dois que estão no plenário são José Martins Júnior (22), conhecido como Junim; e Fernando Ferreira de Souza (24). Os reus foram ouvidos com respectivas defesas e acusações, separadamente. O primeiro foi Junim que permaneceu cabisbaixo e alegou não ter tido nenhuma participação no crime.


Foram contratados pela família como assistentes de acusação, os advogados Carlos Eduardo Goulart e José Arteiro Cavalcante Lima, também representante de Sônia de Fátima Moura, a mãe de Eliza Samúdio, no caso do goleiro Bruno. Eles vieram de Belo Horizonte e atuam juntamente com o advogado de Peçanha, Carlos França.
O advogado de defesa de Junim, único ouvido até o fechamento desta reportagem, é Cleuzo Salvino de Andrade. O promotor de justiça Márcio Kakumoto se pronunciou durante uma hora e meia, aproximadamente. A esposa de Isnard, Dorotéia Carvalhaes, convocada como testemunha, ficou muito emocionada e até chorou durante as suas duas horas de fala.

Em reportagem exclusiva à Folha de Guanhães, minutos antes de ser chamada, Doroteia falou sobre a expectativa da família. “A nossa expectativa é que haja justiça, que todos sejam punidos como for necessário, porque a barbaridade que eles cometeram, é impossível de ser aceita. Não só pela família, mas também pela sociedade como um todo. Nós estamos, sinceramente, lutando apenas pela justiça. Não é do nosso feitio, pensar

Em um e-mail enviado à Folha de Guanhães, por uma das filhas de Isnard, Lucinéia Carvalhaes, ela demonstra o que vive a família pouco mais de um ano após a morte do pai. “Ainda tem sido tempos de muita dor e sentimentos de difícil descrição. Muita oração, fé em Deus, apoio de amigos, tem sido sustento para a perseverança, na insistência e insistência pela Justiça. Cremos que esta busca também é um dever Cristão”.
Lucinéia Carvalhaes narra ainda o desejo de justiça pelos diferentes casos de criminalidade violenta ocorridos na região. “Procuramos Justiça neste crime, mas também pela Justiça geral, que contribui para a redução da cultura do crime e da sensação de impunidade que ainda há na região”.
O crime
Os envolvidos eram funcionários do fazendeiro e pelas investigações da Polícia Civil, a motivação do crime teria sido a insatisfação dos funcionários perante o patrão. Isnard estava sozinho na fazenda quando os autores chegaram como visitas e lá mataram o fazendeiro com oito tiros e facadas, por volta das 21h30 de 9 de dezembro de 2010.

Por Samira Cunha e Filó Generoso
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