Na retomada dos trabalhos na tarde desta terça-feira (20) no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, após o intervalo para o almoço, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues deu início ao depoimento de Jailson Alves Oliveira.
Apontado como uma das testemunhas no caso de desaparecimento e morte de Eliza Samudio, a quarta testemunha de acusação começou confirmando o depoimento prestado ao delegado na época em que vazaram informações sobre um possível atentado contra a juíza Marixa Rodrigues, o delegado Edson Moreira e o deputado Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerias e na Vara de Execuções Criminais.
Em depoimento, Jailson disse que Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, iria matar os três e jogar a culpa no traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes , o “Nem da Rocinha”, que era seu amigo. Jailson também confirmou a versão sobre o assassinato de Eliza Samudio dada durante o período em que ele e o Bola dividiram a mesma cela na penitenciária Nelson Hungria.
O detento admitiu que a ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes foi mesmo morta por Bola, queimada e teve as cinzas jogadas no mar. Ele negou que a mão de Eliza teria sido jogada para os cachorros.
Jailson Oliveira disse ainda que Bola teria confessado que matou Eliza enforcada, atrás do sítio do goleiro, em Esmeraldas, na Grande BH. Após o assassinato, ela teria sido queimada em um "microondas" (quando a vítima é colocada entre pneus) por Bola. Questionado se ele não teria medo que alguém descobrisse o crime, Bola teria dito que o "caso seria descoberto somente se os peixes falassem..."
Testemunha-chave
Jailson de Oliveira, considerado testemunha-chave no caso de desaparecimento e morte de Eliza Samudio, dividiu em 2010 cela com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Na época, o detento chegou a declarar que Bola havia falado sobre a morte de Eliza e estaria sendo ameaçado de morte na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Jailson chegou a ser transferido para o Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Porém, no dia 17 de julho, quando realizava serviço de pintura em uma das salas do departamento, fugiu. O detento estava preso no Ceresp São Cristóvão ao lado do departamento.
No mesmo dia ele foi preso em Guanhães, depois de ser parado numa blitz da Polícia Rodoviária de São João Evangelista. A moto usada na fuga, uma Yamaha Fazer, placa HIY 7619, emplacada em Contagem/MG, não tinha documentos e por duas vezes Jaílson deu nomes falsos aos policiais até confessar sua identidade e que era foragido do Centro de Remanejamento de Presos São Cristóvão (Ceresp).
Em entrevista exclusiva à reportagem da Folha de Guanhães, Jailson contou que fugiu porque estava sendo ameaçado de morte e que depois que a poeira baixasse, fugiria para a Paraíba, estado onde nasceu.
Preso em Guanhães testemunha do Caso Bruno
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