Um estudo feito com 40 crianças nascidas em Pernambuco, cujas mães foram infectadas pelo zika, comprovou que há relação entre a infecção pelo vírus e distúrbios graves nos olhos do bebê. A pesquisa, coordenada pelos médicos Rubens Belfort Júnior e Maurício Maia, com a participação de cientistas da Fundação Altino Ventura, do Recife, mostrou que das 40 crianças analisadas e que tinham microcefalia, quase metade (46% do total) apresentou distúrbio ou lesão no fundo do olho. Desse total, 68% apresentavam distúrbio nos dois olhos.
Em entrevista, o oftalmologista Maurício Maia, professor do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), disse que quanto maior o quadro de microcefalia, maior a probabilidade de a criança desenvolver um problema no fundo do olho.
O estudo, segundo Maia, mostra a necessidade de que os bebês de mães que contraíram o vírus Zika durante a gravidez sejam acompanhados por um oftalmologista precocemente. Caso não sejam estimuladas, essas crianças poderão ter a visão muito mais comprometida, podendo até ficar cegas no futuro.
O recado do médico às mães que tiveram Zika é para que procurem o quanto antes um oftalmologista para o diagnóstico da doença e o início imediato do tratamento, caso as lesões sejam confirmadas.
A próxima etapa da pesquisa pretende investigar também a possibilidade de que crianças com mães que tiveram Zika na gravidez desenvolvam problemas oculares, independentemente da microcefalia. “Achamos que isso é possível em alguns pacientes que estamos observando”, disse o oftalmologista.
Por Agência Brasil/Edição Folha
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