Palpite errado é o que não falta para casal grávido ou pais de recém-nascido. Quando envolve a amamentação, então, é mais recorrente. Se o bebê mama muito, é porque o leite materno é fraco e não o satisfaz. Se mama pouco, é porque falta leite. E aí lá vem os “donos da sabedoria” dizendo para dar mamadeira, chazinho, fruta, papinha, etc.
A “Semana Mundial do Aleitamento Materno”, que começa nesta segunda-feira (1), é justamente para quebrar mitos e inverdades que envolvem a prática.
Em Belo Horizonte e em Contagem, na região metropolitana, o evento deste ano tem um motivo ainda mais especial: a comemoração das leis 10.940/2016 e 4.833/2016, respectivamente, que garantem às mulheres o direito de amamentar em público.
As legislações, que estabelecem multas (de R$ 500 a R$ 1.000 na capital), ainda não foram regulamentadas, ou seja, não estão definidas as regras sobre quem fiscalizará, como será aplicada a punição e, no caso de Contagem, o valor da multa.
Entretanto, a sanção por si só já trouxe visibilidade e discussão para o tema. “A prática agora vai depender muito da atitude das mulheres. De qualquer forma, já houve mudança no comércio e muitas mães se sentirão mais seguras até para entrar na Justiça quando forem constrangidas”, afirmou a coordenadora do Grupo de Apoio à Gestante (Gestar), Gabrielle Faria.
A sustentabilidade também será o tema da semana em diversas cidades pelo país. Os organizadores querem mostrar que, além de mais saudável, o leite materno é mais ecológico e econômico. “O leite artificial gera impacto para o meio ambiente, primeiro na produção, no pasto para o gado e no transporte. Depois, o material é consumido, e a lata é descartada de forma incorreta. Gera gastos para os pais e para os hospitais”, disse Gabrielle.
Recomendação
Ideal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses. Então, não existe leite materno fraco. Após os seis meses é indicado o aleitamento misto, com outros alimentos.
Duração. Segundo Corintio Mariani Neto, diretor-técnico do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, em São Paulo, o leite materno pode ser dado até os 2 anos de vida ou mais, “enquanto amamentar for prazeroso para a mãe e a criança”.
Flash
Dados. A amamentação reduz em até 13% a mortalidade infantil. Somente 16,6% das crianças com até seis meses de vida na região Sudeste são alimentadas exclusivamente com leite materno.
Por O Tempo/Edição Folha
Deixe um comentário