A leishmaniose é uma doença que se manifesta principalmente nos cães e, para a maioria, o diagnóstico representa a eutanásia. Mas a enfermidade também vem crescendo em humanos.
Nos últimos três anos, os indicadores subiram em Minas, passando de 318 casos em 2013 para 515 no ano passado, um aumento de 62%. O número de mortes também teve um salto, de 41% (34 para 48).
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), há uma tendência de crescimento da doença e também de surgimento de pessoas infectadas em áreas que não tinham esse tipo de registro. Até agora, ao menos 12 cidades em seis macrorregiões de saúde registraram surtos em 2016, como Padre Carvalho, na área de Montes Claros, ambas no Norte de Minas, e Baldim, ligada a Sete Lagoas, na região Central.
Os novos casos estão em municípios que não apresentaram casos humanos de leishmaniose visceral entre 2011 e 2015 e que tiveram notificação no ano passado.
A SES informou que não tem um mapeamento completo dessas novas áreas porque cabe aos municípios identificar e avaliar o grau de proliferação. “O cenário da leishmaniose visceral em Minas é diversificado, tendo em vista sua extensão territorial e características ambientais, climáticas, econômicas e sociais”, informou o órgão.
Prevenção. Segundo o professor de veterinária da Uni-BH e vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas (CRMV-MG), Bruno Divino, a estimativa é que 30% da população canina tenha leishmaniose.
O cão não passa a enfermidade diretamente para humanos. O transmissor é o mosquito-palha, que introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. Se picar um cão infectado e depois uma pessoa, está feita a transmissão.
O controle hoje da doença vem sendo matar o cão, já que o tratamento custa caro e não é fornecido pelo poder público. Mas a prevenção deveria ser a principal forma de combate.
“É preciso controlar o vetor (mosquito). A aplicação de inseticida hoje é muito pontual. Deveria ter fumacê em horários de circulação do mosquito, limpeza de terrenos, distribuição de coleiras repelentes, etc. O controle populacional de cães, com castração, também é importante”, concluiu o professor.
Por O Tempo
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