O Ministério da Saúde investiga se quatro das oito mortes por febre amarela confirmadas ontem por exames laboratoriais em Minas Gerais teriam sido causadas após as vítimas receberem a vacina contra a doença. Nos demais óbitos, comprovou-se transmissão pelo mosquito em área rural. Até o momento, 206 casos suspeitos e outras 45 mortes no Estado estão pendentes de análises clínicas.
Apesar da suspeita, a possibilidade de febre amarela vacinal é considerada pelo governo como um “evento raro”. O número de casos de morte relacionadas à vacina, conforme a União, varia de um em cada 400 mil doses ou um a cada um milhão de doses, de acordo com a metodologia da pesquisa.
Diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do ministério, Eduardo Hage reforçou que raramente a vacina, produzida a partir de vírus vivo atenuado, causa febre amarela. “Nos últimos anos não tivemos casos (do tipo). Mas, em situações de vacinação de grande número de pessoas, pode vir a ocorrer, e em especial, muitas vezes em pessoas que não teriam indicação de vacinação”, explicou.
Professor da UFMG, o infectologista Unaí Tupinambás reforça que a imunização é bastante segura, recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e vem sendo usada há anos. “O que há são contraindicações que devem ser observadas para crianças, idosos e portadores de doenças crônicas ou que fazem uso de medicações que reduzem a defesa do organismo. Para essas pessoas, o mais indicado é não ir ao locais com possibilidade de contaminação ou se prevenir usando roupas e repelentes”.
O especialista afirma não haver motivo para pânico nem para deixar de se vacinar. Agora, segundo Tupinambás, é preciso saber se as mortes decorreram da imunização ou se, de fato, havia contraindicação para o paciente. “Se a pessoa havia tomado duas doses em curto espaço de tempo ou se ocorreu outra interação medicamentosa”, completou.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou não haver motivo para alarde da população, porque a vacina é totalmente segura. A pasta deve se pronunciar hoje sobre a situação.
Por Hoje em Dia
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