Evitar tomar água direto do bebedouro, fazer gargarejos com água e sal, tomar chá de mel, limão e alho. O surto de gripe neste ano, incluindo a provocada pelo H1N1, tem levado a população a adotar diversas medidas para se prevenir.
Mas será que todas as ações de prevenção adotadas realmente têm efeito ou são apenas crendices populares? Especialistas ouvidos pela reportagem fizeram suas análises.
Uma das várias ações de prevenção indicadas pelo Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) é evitar que os alunos tomem água diretamente nos bebedouros. Várias instituições já estão orientando os estudantes a levar garrafinhas ou copos para se hidratar.
Na visão do presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano Silva, a ação pode ajudar a prevenir a doença. “É válida. Quando a pessoa vai beber água, podem cair no bebedouro gotículas de saliva contaminadas, e o vírus é transmitido por elas. Se a criança encosta a boca, ela pode se infectar”, afirmou.
Presente nos banheiros públicos de vários estabelecimentos, como shoppings, o secador a jato de ar pode ser um vilão da transmissão da gripe.
Estudos das universidades de Leeds, no ano passado, e Westminster, em 2014, ambas na Inglaterra, constataram que o equipamento pode espalhar vírus e bactérias por um espaço maior, quando comparado à toalha de papel.
Para Urbano, não há estudos assim no Brasil, mas as pesquisas fazem sentido. “Na dúvida, a pessoa pode usar as toalhas de papel, que são pessoais. Elas nunca devem ser compartilhadas”, disse.
Crendices
Há também quem afirme que o gargarejo com água morna e sal ajuda na prevenção de gripe, incluindo a H1N1. Mas na visão do professor do Departamento de Infectologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Manuel Otávio Costa, não existe nenhuma relação entre o ato e a doença. “Gargarejar com água e sal auxilia na limpeza bucal, mas não há relação com a prevenção da gripe. Isso é mito”, afirmou.
Apesar dos diferentes métodos de prevenção, os especialistas são unânimes ao dizer ser fundamental a higienização das mãos, que podem levar os vírus ao organismo. “É preciso lavá-las com água e sabão ou usar o álcool em gel. Tem que ser várias vezes ao dia”, completa Costa.
Vacinação
Estoque. Segundo o Ministério da Saúde, todas as vacinas de Minas serão entregues até sexta-feira.
Por O Tempo
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