Na edição da semana passada do Jornal da Folha, o médico veterinário Dr. Simão Barroso concedeu uma entrevista à reportagem para falar sobre duas doenças comuns do inverno que estão levando vários cães a óbito em Guanhães: a Cinomose e a Parvovirose. Porém, de acordo com ele, outras duas doenças, incomuns da estação, também estão atingindo inúmeros cães na cidade e preocupando os proprietários.
A erliquiose e a babesiose, mais conhecidas como doenças do carrapato, são mais comuns no verão, porém, na região de Guanhães a proliferação do carrapato marrom , que é o transmissor,também acontece no inverno, e por isso está infectado de maneira assustadora os animais.
De acordo com Dr. Simão, apesar de possuir tratamento e cura, os sintomas causados pelas duas doenças podem levar à morte. Como foi o caso da cadelinha da empresária Lillyan Gonçalves.
“Minha cadela morreu com a doença. Uma semana antes, começamos a notar ela triste. Não queria comer. Achamos que era porque estávamos arrumando as malar para viajar e sempre que isso acontecer ela ficava assim. Viajamos com desse jeito, e quando chegamos ao destino a levei em uma clínica, porque já estava muito fraca e com dificuldades para respirar. Lá foi constatada a doença, através de um teste rápido. Ela chegou a ficar internada, mas não resistiu e morreu.”
Lillyan afirmou que sabia que a doença era comum em Guanhães, mas achava que atingia somente os cães de roça. “Minha cadela sempre tomava medicamentos anti carrapatos, era bem cuidada, tomava banho toda semana e nem saía de casa direito. Não achei que pudesse acontecer com ela”, afirmou.
Sintomas e prevenção
Dr. Simão explica que a babesiose é causada por um protozoário que age sobre os glóbulos vermelhos, enquanto a erliquiose é causada por uma bactéria que ataca os glóbulos brancos do sangue. “As doenças podem vir isoladas, mas geralmente vêm associadas, por serem transmitidas pelo mesmo hospedeiro”.
Segundo o especialista, os sintomas das duas doenças são bastante parecidos e os mais comuns são prostração e desânimo, porém as enfermidades geram fraqueza, febre e perda de apetite, o que pode levar à anemia, que é a principal causa de morte.
“Quando o dono do cão notar os primeiros sintomas, já pode levá-lo à uma clínica veterinária, uma vez que o quanto antes a doença for detectada, mais chances de cura.”
Ainda segundo o veterinário, as duas doenças têm tratamento e podem ser curadas, porém, a prevenção é ainda o melhor caminho. “Não há vacina para as doenças. Manter o controle do ambiente e o animal longe dos carrapatos é sem dúvidas a melhor opção. Para isso, é necessário evitar levar o cão em locais propícios para a proliferação do aracnídeo, e sempre fazer uma inspeção para ver se tem algum. Se tiver, o ideal é retirar com cuidado e jogar o carrapato em recipiente com álcool”, orienta.
O profissional ainda alerta que a doença pode ser assintomática, e por isso é recomendado levar o animal de seis em seis meses ao veterinário para um check up.
Por Folha
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