Num esforço para reduzir o número de cesáreas praticadas no mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nessa quinta-feira (15), novas recomendações sobre padrões de tratamento e cuidados relacionados a mulheres grávidas. O objetivo é reduzir "intervenções médicas desnecessárias".
De acordo com a OMS, 140 milhões de nascimentos ocorrem no mundo a cada ano. A maioria sem complicações. "Ainda assim, nos últimos 20 anos, médicos aumentaram o uso de intervenções que eram destinadas antes apenas para evitar riscos e tratar complicações, com a infusão de oxytocin para acelerar o parto ou cesáreas", indicou a OMS.
A entidade alerta que, nos últimos anos, uma "proporção substancial" de grávidas saudáveis foi alvo de pelo menos uma intervenção durante um parto.
Com dados de 2016, a OMS aponta o Brasil como um dos líderes em cesáreas no mundo e alerta que o aumento nas práticas em partos se transformou em uma "epidemia". A entidade estima que a taxa média mundial de cesáreas seria de 18,6% dos partos. Em 1990, esse índice era de apenas 6%.
Em média, a taxa de cesáreas hoje na Europa é de 25%, contra 15% há 20 anos. Já nos EUA, a taxa é de 32,8%. No Brasil, os dados de 2016 mostram que 55,6% dos partos no País foram cesáreas, a segunda maior taxa do mundo, superada apenas pela da República Dominicana, com 56%.
Medidas
Na esperança de reverter a situação ou pelo menos frear o aumento de casos, 56 medidas foram anunciadas pela entidade. Elas incluem uma melhor comunicação entre médicos e as mães, permitir que sejam as mulheres que também possam opinar sobre sua administração da dor durante o processo de dilatação e posições para o parto.
Um dos aspectos centrais da recomendação é a de reconhecer que cada parto é "único" e tem um ritmo diferente. Cada grávida, portanto, deve ser informada que não existe um padrão a ser respeitado, ainda que em geral um prazo máximo possa ser estabelecido.
Por Estadão Conteúdo
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