Nessa quinta-feira (19) a provedora Provedora da Associação de Caridade Nossa Senhora do Carmo, mantenedora do Hospital Regional Imaculada Conceição, Albina Maria Martins, se manifestou oficialmente pela primeira vez, através de um relato enviado à reportagem da Folha, após ter sido vítima de uma tentativa de homicídio na noite da última segunda-feira, 16 de dezembro. Ela acabou sendo baleada em frente à sua residência em Guanhães. Confira na íntegra as palavras da guanhanense:
“Boa tarde! Hoje que estou conseguindo falar sobre o atentado. Me retiraram do hospital sob escolta. E somente hoje que a ficha está caindo, pois desde que acordei estou com as lágrimas descendo. Está sendo reproduzido em minha mente as cenas de todo o fato. Acho que até então a Espiritualidade me blindou para aguentar superar tudo isso.
O que passei foi pavoroso demais. Quando parei na minha porta, já tinha visto uma moto parada pouco antes da Rua Lívia Moreira (acho que é esse o nome daquela rua) e fiquei em alerta. Apertei o botão do controle para abrir o portão e a moto veio e parou pouco na frente do meu carro. Acionei o botão novamente para fechar o portão e arranquei o carro com muita velocidade e aí começou o tiroteio. Acertaram o meu braço direito porque os tiros vieram do lado do passageiro, foi o que me salvou. Meu carro não sei como ficou.
Não sei também como não bati ou capotei o carro tamanha a velocidade que estava. Eu só acelerava e um carro no final da avenida do mercado, muito devagar, disparei a buzina e não sei como o ultrapassei ou se saiu da minha frente. Entrei nas ruas que me levaram ao hospital com tamanha velocidade que, só Deus mesmo para não ter deixado capotar. Avancei o sinal da Avenida Milton Campos que estava fechado e cheguei no HIC, guiada pela Espiritualidade.
O tempo todo, não conseguia olhar para o retrovisor imaginando que a moto me seguia. Só olhava para o meu o braço sangrando muito. Entrei no hospital, pedi para chamar um médico de plantão porque estava baleada.
Me levaram para a sala de urgência e foi aí que tremi muito e quase me descontrolei emocionalmente. Não levou uns minutos depois da minha chegada, a sala encheu de médicos. A notícia já tinha espalhado e a grande maioria dos médicos voltaram para o hospital. Foi uma comoção só. Me examinaram toda para ver se havia outros ferimentos, meu vestido todo ensanguentado levaram-os a pensar em outras perfurações. Passei a noite no hospital sob a proteção da PM, não consegui dormir e as lágrimas não saíam.
Foi muito assustador tudo o que passei. Nada justifica tamanha violência. Mas, vou recuperar logo e seguir firme com os mesmos projetos e propósitos, para o desenvolvimento do HIC.
Vejo que sobreviver a essa emboscada, fugir debaixo de tantos tiros me comprova a proteção espiritual que venho tendo e que devo prosseguir firme. Constato diante de tudo isso que, nada e nem ninguém vai conseguir atrapalhar meus planos de melhorar e tornar nosso Hospital referência para toda região.
Só tenho a agradecer a Deus, a Espiritualidade de Luz que me acompanha, os policiais da Civil e da Militar e, especialmente, toda a equipe do HIC que foi corajosa, competente e solidária. Me atenderam, todos, tremendo e emocionalmente abalados, mas me socorreram com muita presteza e eficiência. Minha eterna gratidão a todos esses guerreiros equipe do HIC e militares.
Abraços a você, Filo!”
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