Todo mundo sabe que a presença da mulher no mercado de trabalho, sobretudo na indústria, é uma grande conquista e resultado de muita luta feminina.
Embora hoje, a presença das mulheres esteja cada vez mais forte no meio industrial, ainda é bem restrita, e as que conseguiram ter sucesso nesse meio, com certeza são dotadas de muita garra e determinação.
Neste ano, a reportagem da Folha decidiu fazer uma menção especial a duas mulheres que representam toda essa força e vem se destacando na indústria guanhanense, fazendo com que a cidade seja referência em alguns setores. Conheça essas histórias!
1ª História
Dona Odete é mãe de três filhos e avó de 8 netos. Nascida em Guanhães em 1954, começou a trabalhar muito nova, antes dos 13 anos, quando largou os estudos para cozinhar para os trabalhadores da roça de seu pai, na Cachoeira das Pombas. Nesta época, ela nem imaginava que seu primeiro trabalho, se tornaria uma profissão de sucesso.
Ainda jovem, aos 18 anos, Dona Odete se mudou para a cidade, e alguns anos depois se casou. Neste tempo ela trabalhava lavando e passando roupa para outras pessoas e em casa de família. Em 1980, decidiu fazer quitanda para completar a renda, e seis anos depois iniciou a produção de salgados.
Quando o filho caçula nasceu, Dona Odete decidiu largar os serviços externos ficar por conta dos salgados em casa. Para isso, contava com a ajuda das filhas, que até hoje trabalham com a mãe.
Com receitas próprias, os produtos da guanhanense, foram ganhando cada vez mais paladares, e a produção foi ampliando ano a ano, até que ela precisou alugar outro imóvel e se mudar da casa própria, onde hoje funciona a Fábrica.
Quem olha para Dona Odete, pode enxergar com facilidade a força e a garra de quem trabalhou a vida inteira e criou três filhos sozinha.
Ela também começou no ramo dos salgados sozinha, já separada do marido, só com a ajuda das filhas, mas hoje sua empresa conta com 16 funcionários. Dona Odete começou atendendo alguns estabelecimentos, e hoje fornece salgados para toda a região.
E para quem acha que com tantos funcionários, a talentosa cozinheira optou por descansar, está muito enganado. Dona Odete vive com a mão na massa e está cheia de sonhos no coração:
“Eu não esperava que meu negócio tomassem a proporção que tomou. Me sinto realizada profissionalmente, mas ainda tenho muito a fazer. Tenho muitos sonhos pela frente. Tudo que fiz até aqui, eu reinvesti aqui.”, contou.
Para quem ainda não sabe de quem estamos falando, é da Dona Odete, autora das deliciosas coxinhas do Varanda, do Xiku´s e de centenas de outros estabelecimentos da cidade e da região.
2ª História
Essa história começa com o desejo de uma criança de consertar sua bicicleta amassada. Com medo de o pai brigar, esse menino decidiu vender chup-chups para pagar o conserto, e a ideia foi carinhosamente abraçada pela mãe, Eliane Martins Nogueira.
Eliane nasceu em Itaperuna – RJ, em 1954, mas se mudou para Guanhães aos 23 anos, de onde nunca mais quis sair. Começou a vender chup-chups em 1994 por pura diversão junto com o filho, mas depois, a brincadeira começou a ficar séria, já que filas e mais filas de crianças a procura dos deliciosos geladinhos se concentravam diariamente na porta de sua casa na rua Joaquim Caldeira.
Um ano depois, em 1996, Eliane teve a ideia de fazer sorvetes caseiros, e após quebrar várias batedeiras, comprou a primeira máquina e o primeiro congelador. Neste mesmo ano, ela começou a atender na ruinha.
Os sabores dos sorvetes de Eliane foram conquistando a todos, e ela percebeu a necessidade de dar um nome à pequena empresa. Foi aí que surgiu a Eligel: Eli, de Eliane + gel de gelado.
Em 1997, a guanhanense de coração abriu uma lanchonete na Avenida Milton Campos, próximo à rodoviária, onde também produzia os sorvetes, Milk shakes e picolés. Por lá ela ficou por 4 anos, mas logo teve que se mudar: o lugar ficou pequeno para tanta demanda.
Em 2001, a Eligel se mudou para a Avenida Ciro Nunes, onde atualmente funciona como uma enorme fábrica de sorvetes e picolés. Eliane, que sempre gostou de ser independente e sabia que tinha o talento empreendedor no sangue, herdado da avó, também não imaginava que poderia ir tão longe: o abraço à ideia do filho, resultou em um belíssimo empreendimento, que conquistou o paladar das famílias guanhanenses e hoje atende 21 cidades da região e cerca de 150 pontos de venda.
A empresária também começou produzindo os alimentos sozinha, mas hoje conta com uma equipe de 11 funcionários e a ajuda do marido, que cuida da parte administrativa da Sorveteria e Distribuidora.
A reportagem da Folha teve a honra de conhecer a Fábrica de Eliane: um espaço muito bem organizado, enorme e cheio de máquinas, uma verdadeira indústria de sorvetes, reflexo de anos de trabalho, de uma mulher que depositou toda a sua garra ali.
Eliane da Eligel, Dona Odete dos Salgados, vocês representam a força e o brilho que mora dentro de toda mulher.
A Rádio Folha FM parabeniza a todas as Mulheres por esse dia, e deseja que todas, sem exceção, possam encontrar dentro de si, o talento, a verdade, e a força que existe no interior de cada uma.
Por Folha
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