Dezenas de alunos de Guanhães que estudam na PUC do Serro ficaram sem aula na quarta e na quinta-feira desta semana por causa de um bloqueio na BR 259.
A Polícia Rodoviária impediu totalmente a passagem, que antes estava apenas com uma placa de impedimento, por conta de um afundamento na via. Os motoristas estavam passando mesmo com o trecho impedido.
Com o bloqueio total da pista, todos os carros e as várias carretas que circulam pela região, sendo a grande maioria da Mineradora Anglo American, começaram a passar pelo desvio, comprometendo a rota - uma estrada de terra – que acabou ficando em péssimas condições por causa do grande número de veículos pesados que passou por lá.
Em consequência disso, as vans que levam os alunos de Guanhães diariamente para a PUC Serro ficaram impedidos de passar. Para chegar à cidade, elas teriam que dar a volta, passando por Senhora do Porto e Dom Joaquim, e gastar cerca de três horas de viagem, o que acarretaria em maiores gastos com combustível, desgaste do veículo já que a estrada de terra entre os dois municípios está em péssimas condições, e os motoristas e alunos teriam que sair bem mais cedo de Guanhães retornando bem mais tarde para a cidade.
POSIÇÃO DA PUC
A reportagem da Folha conversou com uma das alunas, Camile de Carvalho, que contou como a PUC do Serro vai proceder.
De acordo com um áudio recebido por ela, os professores da Universidade se reuniram e decidiram que as aulas vão continuar normalmente, mas não vai haver chamada enquanto o problema perdurar. Alguns professores vão adiar as provas.
Ainda de acordo com Camile, na manhã desta sexta (22) a Polícia interditou a estrada para veículos pesados, autorizando a passagem apenas de carros pequenos. As vans vão tentar passar, porém há muita chuva no Serro, e a estrada do desvio que já estava com lama pode ficar ainda mais complicada.
RESTAURAÇÃO DA VIA
Na tarde dessa quinta-feira (21), durante o Jornal da Folha, a jornalista Filó Generoso conversou com o Diretor do DER, o Engenheiro Carlos Fernando Ferrarezi, que afirmou que o Departamento já está tomando algumas previdências.
De acordo com ele, o afundamento foi provocado pelo excesso de cargas, e não há um controle efetivo de peso na rodovia. Diante disso, dois técnicos e uma equipe do DER já estão com alguns dados para fazer e apresentar uma planilha à Anglo, que deve participar financeiramente da restauração da via.
Segundo a Assessoria de Comunicação do DEER em Belo Horizonte, na próxima semana serão realizados serviços de sondagem no local. O tipo de solução a ser adotado, o valor da obra, o prazo de execução e a necessidade de licitação, só poderão ser definidos após a conclusão e aprovação do projeto de engenharia.
Provisoriamente, o desvio de veículos leves está sendo feito, de forma espontânea, por rodovias da região. Após a reunião de ontem do Ministério Público a mineradora Anglo se comprometeu a interromper o tráfego de veículos de carga nas rodovias vicinais de Sabinópolis até que a nova obra seja concluída.
ROTA ALTERNATIVA
Com a estrada da BR-259 interditada, a alternativa seria chegar até o Serro pela MGC-010 passando por Senhora do Porto, Dom Joaquim e Conceição do Mato Dentro, o que corresponde a 137,2 km. É um aumento considerável de 52,8 km, já que de Guanhães a Serro passando pela BR-259 são cerca de 84,4km.
Há ainda outro problema: a condição da estrada que liga Senhora do Porto a Dom Joaquim, sem asfaltamento. A situação do trecho de 26km é precário e com as chuvas se torna quase intransitável.
Um profissional da saúde que é morador de Guanhães, mas trabalha em Dom Joaquim, contou à reportagem da Folha que a estrada está complicada:
“Está péssima, um absurdo em pleno século XXI ter uma estrada tão movimentada e sem asfaltamento. Na terça-feira passada vim para Guanhães com uma gestante em trabalho de parto e ela estava tomando muitos abalos de buracos, sem comentários”, compartilhou.
Segundo ele, com as chuvas a situação piorou, “Tem muita lama, tive que comprar um carro Fiat Uno para facilitar a locomoção, porque se não eu não conseguiria chegar ao meu destino. São buracos enormes, quase intransitáveis. Se chover mais hoje pode ser que veículos pesados não passem, pois tem locais um pouco mais críticos”, disse.
Por Folha
Fotos: Camille Carvalho / Internauta
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