As férias escolares de julho é um dos períodos mais aguardados pela garotada, afinal, as brincadeiras ganham mais espaço no dia a dia.
Na edição dessa terça-feira (23) o Jornal da Folha listou uma série de atividades criativas e divertidas para se fazer com as crianças durante o recesso, porém, hoje (24), viemos trazer um alerta sobre uma brincadeira também muito comum no período, que é empinar pipas: uma diversão saudável, porém, perigosa, devido à utilização do cerol e da linha chilena, uma combinação que pode deixar de ser diversão para se tornar fatal e trágica.
Segundo historiadores, a pipa surgiu na China, há 3000 anos e está intimamente ligada à religião e a mitologia. No Brasil, a pipa surgiu através dos colonizadores portugueses por volta de 1596. Por sua variedade de cores e pela circunstância de voo ela é também denominada “papagaio”.
Empinar pipas é uma atividade prazerosa e divertida, mas com o surgimento de certa ‘richa’ entre os empinadores, com o objetivo de um derrubar a pipa do outro, surgiu um perigo capaz de acabar com o prazer de qualquer brincadeira, o cerol e a linha chilena.
O cerol ou cortante é o nome dado a uma mistura de cola, geralmente de madeira, com vidro moído ou limalha de ferro (pó de ferro), que é aplicado nas linhas utilizadas para erguer as pipas. Já a linha chilena é feita a partir de quartzo moído e óxido de alumínio e chega a cortar quatro vezes mais do que a linha com cerol. Essa “brincadeira” pode ser extremamente perigosa, pois quando a linha está totalmente esticada, dificilmente tem-se a visão da mesma e, ao passar em velocidade (ou não) por ela, funcionará como uma perfeita “guilhotina”, um verdadeiro instrumento perfurocortante, podendo produzir lesões de grande profundidade.
A venda deste tipo de material é proibida, mas infelizmente existe o mercado clandestino que distribui ilegalmente estes produtos.
Há dois anos uma mulher grávida foi atingida na face por linha de cerol, em Guanhães. Ela estava na garupa de uma moto com o marido, e precisou ser encaminhada ao Hospital devido à profundidade do corte.
Vale lembrar que vários óbitos são registrados anualmente por linha de cerol no Brasil.
CRIME
Em Minas, o uso da linha chilena é crime tipificado pela Lei 14.349 de 2002. As penas podem ser de detenção e multa de até R$ 1,5 mil para quem usar o material cortante. Vender a linha também é crime e a detenção pode ser de dois a cinco anos de prisão, além de multa.
Por Folha
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