A falta de reconhecimento e de condições de trabalho tem atraído cada vez menos alunos para uma profissão que já esteve entre as mais valorizadas no país: a de professor. O Dia do Professor foi ontem, 15 de outubro, mas há motivos para comemorar?
A cada 100 jovens que ingressam nos cursos de pedagogia e licenciatura no país, apenas 51 concluem o curso. Entre os que chegam ao final do curso, só 27 manifestam interesse em seguir carreira no magistério. As informações foram levantadas pelo movimento Todos Pela Educação, com base em dados do Inep.
Scarlet Generoso, 27, é recém formada em letras, mas dá aula desde que estava no 2° período da faculdade, há 4 anos. Ela iniciou o curso juntamente com outros 30 alunos, mas foi a única da turma a se formar. “Todo mundo desistiu. A sala começou cheia e terminou vazia. Eu fui a única formanda da minha turma”, contou.
A guanhanense trabalha atualmente na E.E Odilon Behrens dando aulas de português para alunos do 7° e 9° ano. Ela adora o que faz e não pretende deixar a carreira, mesmo com todas as dificuldades.
“Apesar de a profissão ser pouco reconhecida, eu sou apaixonada pelo faço. Escolhi ser professora porque eu gosto. Não há nada melhor que passar conhecimento e poder ajudar dezenas de crianças e adolescentes desta forma. Talvez o reconhecimento não venha através do salário, mas ele vem através dos abraços e do carinho dos alunos”, disse.
Scarlet contou à reportagem da Folha que o sonho dela é cursar pedagogia e trabalhar com a educação infantil, pelo fato de amar crianças. “Eu adoro os meus alunos adolescentes, mas, tenho uma paixão muito grande por crianças”, finalizou.
O guanhanense Alyson Nascimento, 42, trabalha há 20 anos como professor e já passou por todos os segmentos do ramo: da educação infantil à faculdade, das escolas particulares às mais carentes da rede pública. Para ele, a educação o escolheu e não o contrário.
“A educação me escolheu. Minha primeira formação foi técnico em contabilidade. Por não encontrar emprego na área, comecei a trabalhar voluntariamente como monitor nas escolas e desde então nunca mais deixei a carreira. Cursei magistério, depois pedagogia, e minha formação mais recente é Educação física, em 2013”, compartilhou.
Alyson se diz apaixonado pelo que faz e afirma que o salário é o de menos quando se faz o que se gosta. “Quando a gente gosta do que faz, tem outras coisas que te motivam a continuar. Não é só o salário e sim a identidade com essa oportunidade de aprender e ensinar”, disse o guanhanense, que finalizou com um agradecimento especial às professoras que marcaram sua vida:
“Gostaria de agradecer às educadoras que foram referências em minha vida. Tento marcar a vida dos meus alunos como vocês marcaram a minha: Tia Dilma Mourão, Tia Fátima Rocha, Geralda Ivone, Graça Lemos e Dona Elci, gratidão a vocês pelo amor à educação."
A Folha FM cumprimenta e parabeniza a todos os profissionais de educação de Guanhães e região.
Por Folha
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