A onda de publicações nas redes sociais com conteúdo capaz de tirar o sono dos pais teve mais um episódio, com repercussão dentro e fora do ambiente virtual. Além de ameaças de ataque a escolas, viralizou ontem (18) a imagem da boneca Momo “ensinando” crianças a cometer suicídio.
Supostamente veiculado na programação de um canal infantil, graças à ação de um hacker, o conteúdo que “tocou o terror” traz o alerta para que o monitoramento do que meninos e meninas veem na web seja constante.
A boneca que mais parece um monstro estaria sendo exibida em meio a vídeos na plataforma YouTube Kids, voltada para crianças de até 13 anos. As imagens ensinariam a cortar os pulsos. Uma mãe de Campinas (SP) foi quem publicou o alerta nas redes sociais.
“É preciso acompanhar o que assistem na internet. As crianças não têm noção da maldade que muitas vezes isso pode acarretar”, afirma a psicóloga familiar Daniela Salum. “Criança pequena não tem capacidade de julgar o que é bom ou ruim. Além disso, tem imaginação muito fértil e uma imagem pode acarretar em medo e sono agitado”.
Apesar das informações que circularam nas redes sociais em grande escala, o YouTube garantiu que na plataforma voltada para o público infantil não foram localizados vídeos do tipo. Fake ou não, a inquietação de pais se tornou ainda maior por conta de uma gravação compartilhada no WhatsApp.
“Deem preferência para serviços que têm controle total sobre o conteúdo, como Netflix. Ninguém consegue colocar um vídeo inadequado lá”, orienta Guilherme da Costa Oliveira, titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos.
Vigilância constante
A psicóloga Lívia Pires enfatiza que os pais erram ao contar com os meios eletrônicos para deixar os filhos “quietos”. “Os adultos dizem que as crianças são prioridade, que trabalham muito para dar ‘do bom e do melhor’, mas não são os filhos o mais importante nesse caso, mas o trabalho”, explica.
Segundo Lívia, é preciso investir em outras atividades para crianças e adolescentes, como brincadeiras e leitura. “Os pais trancafiam as crianças dentro de casa e acham que elas estão protegidas. Mesmo assim, estão expostas a problemas”.
Sinceridade
A psicóloga Daniela Salum explica ser importante ter sinceridade ao falar da boneca Momo com uma criança.
“Diga que isso pode machucar, que se souber de alguém que esteja vendo (os supostos vídeos), conte para a mamãe ou o papai. Também pergunte: ‘já viu algo que te assustou?’. É preciso passar segurança e acolhimento”, diz a especialista, lembrando que a personagem assustadora não é o único perigo da internet: os menores precisam saber identificar e denunciar aos pais ataques de hackers e assédios.
Para crianças que não ouviram falar de Momo, a recomendação de Lívia Pires é não abordar o tema. “Se houver qualidade no vínculo entre pais e filho, o menor vai contar para a família quando vir algo de conteúdo inadequado”.
Por Hoje em Dia
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