Uma pesquisa, com 788 empresas, foi feita no fim do mês passado para avaliar os impactos das medidas de isolamento social e restrição da circulação de pessoas. Para 57% dos entrevistados, a perda mensal é de 50% das vendas. Diante do cenário, um terço dos empresários ouvidos confessou que só conseguirá manter as atividades por mais um mês.
O superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha, afirma que o empréstimo pode ser um caminho, mas não deve ser a primeira escolha. “Tem que fazer uma avaliação dos custos, pois uma boa gestão financeira é fundamental. Sempre é possível cortar algum item que não é indispensável, economizar em gastos com energia e renegociar contratos”, afirma Rocha.
Na avaliação do superintendente do Sebrae, a hora não é de crescimento, mas de salvação. “Algumas alternativas que já têm sido fortemente adotadas são os recursos digitais, porque funcionam como uma maneira de chegar aos clientes, já que agora eles não estão chegando até você. Temos recebido muitas consultas sobre elaboração de páginas das redes sociais e implementação de delivery e e-commerce”, destaca.
Esgotadas todas essas opções, Rocha afirma que empréstimo pode entrar em cena, mas com muito cuidado. “Sabemos que muitos, mesmo com medidas de adequação, não vão conseguir sobreviver sem buscar recursos fora. Nossa orientação é buscar ajuda de um especialista para avaliar as várias opções de crédito oferecidas pelo mercado”, diz.
Ajuda
O governo federal já anunciou um programa emergencial de suporte a empregos que vai injetar R$ 40 bilhões em linhas de crédito, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos serão voltados para financiar folhas de pagamento de pequenas e médias empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano.
No entanto, esses recursos ainda não chegaram às mãos dos empresários. “Ainda deve demorar de uma a duas semanas para conseguirem viabilizar. Enquanto isso, é possível recorrer a linhas que os bancos privados estão oferecendo e também a bancos de fomento, como BDMG”, afirma Rocha.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) realizou uma sondagem com os associados para checar se eles já estão recebendo recursos anunciados pelo governo federal, por meio das linhas de financiamento prometidas. “A resposta é ‘não’”, afirma o presidente da CDL, Marcelo de Souza e Silva. Com o objetivo de sensibilizar os bancos, a entidade está encampando a campanha Juro Zero para evitar quebradeira e demissões.
A Federação Brasileira dos Bancos informou que as instituições estão sensibilizadas para que os recursos cheguem rapidamente à ponta.
Por O Tempo
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