Como todos sabem, ontem, domingo 08 de março, foi o Dia Internacional da Mulher, data celebrada anualmente e oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Simboliza a luta histórica das mulheres para terem independência e suas condições equiparadas às dos homens.
Inicialmente, essa data remetia, principalmente, à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, marca a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo, a violência e a falta de respeito e autonomia. Tudo isso foi a grande pauta das redes sociais no dia de ontem (08), que viralisou frases como: “Não me dê flores. Me dê respeito”, "Lugar de Mulher é onde ela Quiser".
Segundo a ONU, o Dia Internacional da Mulher não é um mero dia voltado simplesmente a homenagens triviais às mulheres. O 08 de março é um dia para reflexão a respeito de toda a desigualdade e a violência que as mulheres sofrem no Brasil e no mundo. É um momento para combater o silencio que existe e que normaliza a situação e para repensar atitudes e tentar construir uma sociedade sem desigualdade e preconceito de gênero.
Vivian Wolff, coach especialista em desenvolvimento humano, cita pontos importantes sobre o assunto, referenciados no livro de Brene Brown, uma pesquisadora americana que fala sobre tudo o que as mulheres querem esconder: imperfeição, vergonha, vulnerabilidade e a sensação de não pertencimento, tendo uma abordagem honesta sobre o que, afinal de contas, é ser humano.
No livro de Brene, “A coragem de ser imperfeito”, a autora fala um pouco do estilo de vida da mulher atual: “O modelo de vida atual, a quantidade de coisas que a mulher exige dela mesma vai além do que se pode aguentar. E quando ela não dá conta de tudo, se sente frustrada. Acorda no dia seguinte já se programando para fazer ainda mais e melhor. E a simples ideia de uma pausa se torna cada vez mais impensável. Como seria se a mulher se permitisse fazer menos e incluir momentos de descanso em sua jornada? Períodos de desconexão são essenciais para o bem-estar. Esquecer um pouco o check-list, olhar para si mesma e fazer algo que não esteja vinculado a responsabilidades, mas ao prazer, ao conforto que tanto lhe falta”.
Segundo Elaine Di Sarno, psicóloga com especialização em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica, e Terapia Cognitivo Comportamental, é preciso que a mulher entenda seu espaço no mundo desde pequena. “É fundamental passar valores de mãe para filha, como autoestima, segurança, respeito, confiança e empatia. Valores que ressaltam o feminino e, ao mesmo tempo, formam uma base sólida para que uma menina possa crescer acreditando em si mesma e no poder de suas escolhas.
Ao chegar na universidade e nos primeiros postos de trabalho, essas jovens precisam de referências e mentoras, alguém que venceu no meio de um mar de desencorajamento e testosterona, e que pode servir de modelo para as próximas gerações. O poder feminino é transformador e não deve faltar em nenhuma área promissora do futuro”, avalia Elaine Di Sarno.
A síndrome da Mulher Maravilha
Ainda de acordo com a psicóloga, a busca por uma pseudo perfeição se tornou praticamente uma obrigação para as mulheres. Uma exigência para si mesma e para os outros. Segundo ela, essa idealização já está arraigada na sociedade, como se fosse uma verdade absoluta e não houvesse opção de escolha. A mulher vivencia uma dupla ou tripla jornada (cuidar da casa, do marido, das crianças, do emprego, do curso de especialização, do supermercado e ainda tem que estar impecável na aparência). “Não importa se você seja ocupada demais. As pessoas sempre vão reparar se você engordou, se está com as unhas feitas, o cabelo arrumado ou com a pele bonita”’, diz Elaine.
Diante disso, segundo a psicóloga, vem o stress, a sobrecarga e a ansiedade. “Não à toa, as mulheres são mais predispostas a ter depressão e a desenvolver transtornos de ansiedade. Enquanto cerca de 20% delas apresentam algum episódio depressivo ao longo da vida, apenas 12% dos homens sofrem o mesmo. Claro que há influência de hormônios, especialmente em determinadas fases, como na tensão pré-menstrual, na menopausa ou durante a gestação. Mas os fatores sociais certamente acentuam estes sintomas”, conclui Elaine Di Sarno.
Por Folha com Informações Portais de Notícias
Imagem: Reprodução Internet
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