A prática de abuso e maus-tratos contra animais aumentou 7% nos primeiros seis meses deste ano em Minas Gerais. Foram 650 casos registrados, contra 606 no mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Os animais domésticos, como gatos e cachorros, são vítimas frequentes do crime, muito relacionado à negligência. A fiscalização e a punição desse tipo de ato foram discutidas nessa quinta-feira (19) no 1º Seminário de Defesa Animal e Bioética, realizado na Escola do Legislativo, em Belo Horizonte, que reuniu protetores e especialistas em um debate sobre a causa animal.
“Infelizmente, ainda é uma prática muito comum as pessoas deixarem para lá o animal quando pegam desgosto. Também tem casos de vizinhos incomodados com o barulho que o bicho faz, e muitos começam a jogar veneno e a praticar atos de crueldade”, afirma o delegado Luiz Otavio Braga, da Delegacia Especializada em Investigação de Crime Contra a Fauna.
Entre as ocorrências que chegam à delegacia, são frequentes casos de negligência, notada, por exemplo, quando o bicho fica em ambiente sujo ou recebe alimentação inadequada, além de envenenamento e de acumuladores de animais que não conseguem manter os bichos. As agressões são minoria.
“Infelizmente, até nós estabelecermos que eles são seres vivos iguais a nós, isso continua”, afirma o delegado que explica que a pena para o crime é de detenção de três meses a um ano e multa.
Luiz Otavio Braga ressalta a importância de a população denunciar os crimes para que a investigação possa ser realizada. “A denúncia é fundamental, porque, na maior parte das vezes, é a população que pede nosso atendimento. Nós não estamos o tempo todo na rua, não estamos vendo tudo, então é esse chamado que vai fazer com que os órgãos policiais possam agir”, diz.
O registro das ocorrências pode ser feito em delegacias ou em unidades da Polícia Militar. Além disso, os casos podem ser denunciados de forma anônima por meio do Disque-Denúncia 181.
Proteção
Ajuda. A renda obtida com a venda do livro “Só de Bicho”, dos escritores Laura Medioli e Fernando Fabbrini, é destinada a organizações de proteção animal. Mais de R$ 50 mil já foram doados.
Fomentar a defesa é objetivo
O 1º Seminário de Defesa Animal e Bioética discutiu também o bem-estar de animais silvestres, a relação dos humanos com os bichos e o papel do poder público no cuidado dos animais. “O objetivo é levar informação para nós, amantes e defensores dos animais, mas, sobretudo, que possamos juntos, cada um com sua experiência, fomentar a defesa e a proteção dos animais”, afirmou o deputado Fred Costa (PEN), organizador do evento junto com o Coletivo Quatro Patas.
Por O Tempo/Edição Folha
Deixe um comentário