O aumento do preço da gasolina, com a mudança da política de preços da Petrobras, fez com que a venda e a produção do etanol disparassem no país. Em Minas, a produção foi intensificada desde o início do ano para atender à demanda e no acumulado de janeiro a maio foi 85% superior ao mesmo período do ano passado. De acordo com a Siamig (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais), foram 781 milhões de litros produzidos no período.
Segundo balanço divulgado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar, etanol e bioeletricidade da região Centro-Sul do país, o total de etanol comercializado em junho atingiu expressivos 2,62 bilhões de litros, sendo 2,52 bilhões de litros (96% do total) direcionados ao mercado doméstico e apenas 100,03 milhões de litros para exportação.
Chama a atenção principalmente o crescimento nas vendas de etanol hidratado, utilizado como combustível de carros flex. A alternativa ficou em voga após a greve dos caminhoneiros – que chamou a atenção para a escalada de preços da gasolina.
“Minas é o terceiro maior produtor de etanol do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Goiás, e há mercado para o consumo do produto. Na frota de Minas hoje, mais de 70% dos veículos podem abastecer com etanol”, afirma Mário Campos, presidente da Siamig. Segundo ele, o aumento no preço da gasolina com a nova política adotada da Petrobras foram fundamentais para estimular o consumo de álcool combustível no Estado.
Conforme dados da Agência Nacional de Petróleo, desde que a política de preços entrou em vigor, em julho do ano passado, a gasolina subiu oito vezes mais que a inflação, ou seja, alta de 23%. “O etanol está competitivo com a gasolina desde o início do ano. O consumo de gasolina caiu 20% em comparação com o ano passado, o que mostra que o consumidor está optando pelo etanol”, afirma.
Mesmo assim, a fatia de mercado que aposta no álcool ainda é consideravelmente menor que os fiéis à gasolina. “Apenas 30% dos mineiros abastecem com álcool, mesmo quando ele está mais barato que a gasolina, na maior parte das vezes por preconceito ou desconhecimento. É uma fatia ainda muito pequena”, afirma Campos.
Etanol é vantajoso no Estado, mas preconceito do combustível ainda ronda consumo
Um cálculo simples pode ajudar o consumidor na hora de avaliar se vale mais a pena abastecer com álcool ou gasolina. O professor Paulo Henrique Tavares, do curso de Engenharia Mecânica do Ibmec, explica que é preciso dividir o valor da gasolina pelo do etanol. Se o resultado for menor que 0,7 significa que a gasolina está cara e vale a pena optar pelo álcool.
Por O Tempo/Edição Folha
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