Uma das principais fontes utilizadas foi acervo do Fórum de Guanhães e do Fórum de Peçanha; apresentação aconteceu no I Simpósio de Arqueologia da UFVJM
O Grupo de Estudos em História Regional e Desenvolvimento – GEHRD, representado pelo prof. Me. Isaac Cassemiro Ribeiro, em coautoria com Vitor Ezequiel Moreira e Silva (3º Ano Técnico em Agropecuária), apresentou a comunicação intitulada “Morar nas Fronteiras da Mata do Peçanha: cultura material, arqueologia da arquitetura e habitações no Centro Nordeste de Minas (1810 – 1900)”, no I Simpósio de Arqueologia dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, que ocorreu entre os dias 8 a 10 de Maio no campus da UFVJM, em Diamantina (http://arqueologiaufvjm.wixsite.com/savjm).
Foram apresentados resultados finais da Pesquisa de Iniciação Científica Júnior – PIBIC-Jr, intitulada “Cultura Material e Habitações no Centro Nordeste Mineiro: um levantamento das “casas centenárias” como subsídio para o fortalecimento da identidade regional e das políticas de defesa do patrimônio cultural”, aprovada no edital IFMG 199/2015, e financiada pelo IFMG e pelo CNPq.
Uma das principais fontes utilizadas na referida pesquisa, segundo informações da Instituição, foram os Inventários post-mortem do acervo do Fórum de Guanhães e do antigo acervo do Fórum de Peçanha, datados entre os anos de 1857 a 1886. Esses documentos apresentavam todos os bens deixados pelos falecidos, desde escravos e casas, até colheres e garfos.
Da análise dessa documentação, conclui-se, por exemplo, que 64% das pessoas que deixaram inventário de bens na região possuíam escravos, porém, 25% possuía apenas 1 escravo, e a maioria, (67%) até 6 escravos. O que configurava uma economia escravista aliada a mão de obra familiar.
A sociedade do Centro Nordeste de Minas no período Imperial, era muito desigual, com um terço de inventariados podendo ser considerados pobres, ao mesmo tempo em que cerca de um sexto dos inventariados detinha a maior parte da riqueza do grupo. Também pode-se constatar que os grupos médios detinham certa expressão dentro do padrão de distribuição da riqueza, concentrando cerca de um terço da riqueza total.
Os inventários mostram que a maior parte dos ativos esteve empregada na compra de mão de obra escrava (47%), seguido por imóveis (27%), dívidas ativas e passivas (15%), bens profissionais ou pessoais (6%) e animais (5%).
Outro exemplo da análise é que as terras correspondiam à 56% dos investimentos em imóveis, seguidas pelas habitações (24%) e benfeitorias (20%). A participação das casas rurais no valor total das avaliações (66%) foi maior que das moradias urbanas.
Os trabalhos de pesquisa do GEHRD completo estarão disponíveis no site do grupo que está em fase de conclusão.
Por Folha com IFMG/SJE Foto: IFMG/SJE
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