De todos os estudantes que chegam ao terceiro ano do ensino médio na rede pública em Minas, 40% sequer se inscrevem para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), porta de entrada para universidades brasileiras.
Para especialistas em educação, o dado demonstra a falta de perspectiva de quase metade dos alunos que dependem da escola pública e a necessidade de reformar o modelo de ensino.
Os resultados do Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da Educação Pública (Simave), divulgados ontem, ajudam a entender o desestímulo nesses jovens: apenas 3,3% dos alunos no ensino médio estadual atingiram resultados satisfatórios em matemática; em português, foram 19%.
Os dados foram apresentados pela Secretaria de Estado de Educação e têm como base a Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb) em 2015. A secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, reconhece a precariedade do ensino. Ela destaca que o fraco desempenho se reflete no baixo índice de inscrições do Enem e que todas essas informações servem de diagnóstico para nortear políticas públicas.
A principal ação do Estado, no curto prazo, para melhorar os resultados, é o reforço escolar de alunos com desempenho ruim. Para isso, houve uma mudança de metodologia na aplicação da avaliação.
Antes feita nos anos iniciais e finais, desde a última edição são realizadas em séries intermediárias, como sétimo ano do ensino fundamental e o primeiro ano do ensino médio. “Assim temos mais dois anos do aluno na mesma escola, onde poderemos atuar com uma intervenção pedagógica para que ele chegue em um nível melhor”, destaca Macaé.
Entenda as provas e as mudanças propostas
As provas. O Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da Educação Pública (Simave) é composto por duas avaliações, o Proalfa (aplicado a alunos do terceiro ano do ensino fundamental para medir o nível de leitura) e o Proeb (aplicado a partir do quinto ano do ensino fundamental sobre português e matemática).
Proposta. Um projeto de lei que prevê a reforma do ensino médio está tramitando desde 2013 na Câmara dos Deputados. Ele está pronto para plenário.
Alterações. Entre as alterações previstas no projeto está o aumento da carga horária obrigatória e a inclusão de disciplinas optativas, em que o aluno pode escolher a área que tem mais interesse, além da opção de profissionalização em cursos técnicos.
Por O Tempo/edição Folha
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