O Centro Histórico da terra natal de Juscelino Kubitschek (1902-1976) e de Chica da Silva (1732-1796) vai comemorar 17 anos do reconhecimento da Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1º de dezembro.
A declaração trouxe inúmeros benefícios a Diamantina, saltos no número de turistas e geração de empregos, mas impôs desafios que ainda não foram superados pelo antigo Arraial do Tejuco, entre eles a carência de banheiros públicos no entorno dos cartões-postais e o trânsito caótico no horário de pico.
A cidade colonial, oferece tanto a moradores quanto a visitantes uma espécie de os dois lados da moeda. Numa direção, o reconhecimento impulsionou a economia local.
O secretário municipal de Turismo e Patrimônio, Walter Cardoso França Júnior, estima que a quantidade de pessoas que passeiam pelo Centro Histórico seria 50% menor se a área não ostentasse a declaração da Unesco. Diz mais: “Atraiu investimentos privados, como hotéis, restaurantes etc”.
Esse lado positivo, associado à arquitetura colonial, encantou a peruana Nury Fernandes, de 45 anos. “É fascinante. Estou impressionada”. Ela mora nos Estados Unidos e curte férias no município, que começou a ser formado em 1722. Nury passeou pelos becos, degustou a culinária local em restaurantes que ocupam antigos sobrados e fotografou cartões-postais, como a estrutura que abrigou o mercado municipal.
Mas o antigo Tejuco tem muita margem para avançar na qualidade do atendimento e conforto tanto ao turista quanto à população. O município obteve nota 62,4 na última edição (maio de 2015) do Índice de Competitividade do setor.
O indicador, que vai até 100, avalia um grupo de 65 destinos indutores no país e é elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sebrae e governo federal.
O índice apurado em Diamantina está acima da média nacional (60), mas abaixo do registrado em Ouro Preto (69,3), a primeira cidade no estado a ser reconhecida pela Unesco, e em Belo Horizonte (79,2), a caçula da lista – já Congonhas, que também teve sítio declarado como patrimônio da humanidade pela entidade mundial, não foi avaliada.
O estudo ressalta conquistas e sugere ideias a serem colocadas em prática na terra de JK e Chica da Silva. O destaque no levantamento é a constatação de que a cidade foi a que mais evoluiu, entre os 65 destinos, no quesito investimento em políticas públicas.
Também há obras de manutenção de cartões-postais. Na quinta-feira, por exemplo, começou a reforma da Praça JK, onde ocorre a entrega da medalha em homenagem à memória do político. O local agradou à família do bancário Ronaldo de Souza Brito Júnior, de 49. Ele também ficou maravilhado com o Passadiço da Glória, estrutura de madeira sobre a rua homônima, que liga dois casarões.
Por Estado de Minas/Edição Folha
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