CHICAS DA SILVA, fatos e mitos sobre a ex-escrava que viveu no Arraial do Tijuco e encanta gerações desde a segunda metade do Século XVIII é o tema da primeira das nove mesas de debates do 4º Festival de História. O evento começou na última quarta-feira (04) e segue até este sábado (7) em Diamantina.
Para conversar com o público sobre as várias faces da mulata que cativou o poderoso contratador de Diamantes, João Fernandes de Oliveira, participam da mesa a intérprete e atriz Zezé Motta, conhecida por sua atuação majestosa no filme XICA DA SILVA, de Cacá Diegues, e a escritora Ana Miranda, autora da mais recente biografia sobre ela - XICA DA SILVA A CINDERELA NEGRA, lançado pela editora Record.
Em seu livro de memórias, "Vida de Cinema", Cacá Diegues conta que o início da filmagem estava chegando e ele ainda não tinha a atriz. Embora o memorialista do Tijuco, Joaquim Felício dos Santos, descrevesse Chica da Silva como uma mulher sem atrativos e de nenhuma beleza em seu livro "Memórias do Distrito Diamantino", o cineasta registra que nunca acreditou nisso.
E foi Nelson Motta quem o lembrou de uma atriz, cantora e dançarina, Zezé Motta, que haviam visto em uma montagem de Godspell, o musical. Cacá imediatamente deu-se conta de que sua busca havia terminado. Tinha a sua Xica e não seria preciso esperar pelo sucesso nacional e internacional do filme para confirmar como estava certo.
Olhar feminino
"Xica da Silva: a cinderela negra" é o primeiro livro inteiramente biográfico de Ana Miranda, autora com mais de 20 obras publicadas, entre as quais o premiado "Boca do Inferno", que integra a seleta lista dos cem maiores romances em língua portuguesa do Século XX.
Para a escritora cearense, os autores não escolhem seus personagens e Chica da Silva a arrebatou "desde que ouvi falar nela pela primeira vez, com a sua aura de Cinderela, evocando o mistério do sexo, da sedução, as lições de feminilidade e de superação. Sempre quis trabalhar com a nossa herança africana, pensei mil vezes num romance assim, mas foi a Xica quem veio me abrir essa porta".
No novo livro, Ana Miranda combina a narrativa histórica com uma reconstituição de cenários que privilegia o olhar feminino para uma das figuras mais lendárias do período colonial brasileiro: Chica da Silva.
Por Folha com informações Fhist
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