Um a cada três acidentes registrados nas estradas federais que cortam Minas aconteceu na BR–381 no primeiro semestre deste ano, conforme a Polícia Rodoviária Federal.
Conhecida como a “Rodovia da Morte”, a estrada foi palco de 2.230 ocorrências, 32% do total (6.855), e da maioria dos óbitos notificados de janeiro a junho. Especialistas entendem que a solução para o problema seria a duplicação da estrada, cujas obras estão a passos lentos.
A situação é também motivo de preocupação para muitos guanhanenses e motoristas da região, que precisam passar pela rodovia com frequência, uma vez que ela é parte do trajeto que liga Guanhães à Belo Horizonte.
A aposentada Maria Aparecida Aguiar, vem sempre a Guanhães visitar a mãe e a filha que moram na cidade. Ela, que reside há mais de 25 anos na capital, afirma que nos últimos tempos, transitar entre uma cidade e outra está cada vez mais complicado. “Antigamente eu gastava em média 3h30min. De uns anos para cá, o tempo quase que dobrou, e gasto cerca de 5h30min”, contou.
A guanhanense acredita que além das complicações da estrada, o acúmulo de carros e caminhões agrava ainda mais a situação, por isso, a alternativa que ela encontrou foi abrir mão de viajar nos finais de semana e feriados.
“Alterei minha vida por completo por causa dessa estrada. Como sou aposentada, posso optar por viajar durante a semana em horários de menor fluxo. Mas, as pessoas que podem apenas nos finais de semana ficam prejudicadas”, observa.
Mesmo evitando os horários de trânsito intenso, Maria Aparecida afirma que, algumas vezes, encontra a BR congestionada, principalmente por causa das obras de duplicação, que segundo ela, devem ser a solução do problema, mas não há nem previsão para terminarem.
Ampliação
Seis de 11 lotes de obras para a ampliação da rodovia entre Belo Horizonte e Governador Valadares, deverão ser devolvidos ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Com isso, eles poderão ter que ser novamente licitados.
De acordo com o inspetor Antônio Dias, da Delegacia Metropolitana da Polícia Rodoviária Federal (PRF) a duplicação da rodovia diminuiria não apenas o número, como também a gravidade dos acidentes. A maioria das mortes é resultado de colisões frontais, que seriam reduzidas em grande parte com a duplicação, assim como as ultrapassagens arriscadas
A corporação informou que as colisões frontais provocaram quase 40% das mortes resultantes de acidentes nas rodovias federais neste ano, enquanto as ultrapassagens indevidas causaram 9% dos óbitos. Já entre os acidentes registrados na BR–381, o tipo mais comum neste ano foi o de saída de pista, com 1.604 ocorrências. São mais de 200 curvas fechadas nos 118 km entre a capital e João Monlevade.
De acordo com o coordenador do movimento Nova 381 e presidente da Regional Vale do Aço da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Luciano Araújo, em alguns trechos da rodovia, próximo a Belo Horizonte, passam até 50 mil veículos por dia, quando o projeto previa 500.
Por Folha
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