Mal chegou ao Brasil, na noite da última quarta-feira, e a febre do Pokémon Go já lança alertas. A distração dos vidrados com o jogo pode favorecer ocorrências de atropelamentos, quedas e até a ação de criminosos. Menos de 24 horas após ser lançado, um estudante foi roubado no Espírito Santo. Também há relatos de assaltos em São Paulo e Goiás.
O perigo é reforçado por uma recente pesquisa sobre o game realizada pela plataforma PiniOn, que realiza estudos on-line. Dos 1.770 entrevistados, 86% acreditam que o Pokémon pode expor as pessoas a riscos nos municípios brasileiros mais do que em cidades de outros países, onde a brincadeira já chegou.
A nova paixão obriga a locomoção dos jogadores com o celular em mãos em busca da captura de monstrinhos. Para o professor Érickson Nascimento, especialista em visão computacional, essa imersão no aplicativo é causada por um modelo de realidade aumentada. “O ambiente existe, está a sua volta, mas você interage com esse ambiente dentro do jogo”, diz.
O coro é engrossado pela advogada e especialista em educação digital Alessandra Borelli<CF35>. “O aplicativo tende a hipnotizar aqueles que ficam com foco no dispositivo e se esquecem de olhar buracos, além de não prestar a atenção no trânsito. É preciso ter bom senso, porque o game pode levar a pessoa a propriedades privadas, locais ermos e cruzamentos”.
Vigilância reforçada
A Polícia Militar está mapeando os locais de maior concentração de jogadores na capital mineira. A intenção é evitar a onda de assaltos, gerada principalmente nos Estados Unidos, quando o game foi lançado.
“A PM é evolucionista e temos que acompanhar os fenômenos sociais. É preciso divertir, mas com segurança. Já estamos fazendo mapeamento dos pontos de concentração de alguns jogadores, com inserção de pontos de fiscalização. A Praça da Liberdade é um deles”, descreve o chefe da Sala de Imprensa da corporação, capitão Flávio Santiago.
Um banner foi lançado nas redes sociais da PM, orientando os jogadores a terem mais atenção. “Teve jogador que já tentou se enfiar embaixo da viatura. Outros gritam. Entregamos cartilhas pedindo para evitar a distração. O patrulhamento também tem ocorrido”, disse um soldado identificado apenas como Aurélio.
Por Hoje em Dia/Edição Folha
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